terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cabo Verde: POPULAÇÃO DA PRAIA EM DESESPERO COM A PENÚRIA DE ÁGUA




A SEMANA

Os garrafões, baldes e latas que as mulheres e meninas e meninos carregam na cabeça, em carrinhos de mãos, porta-malas ou carroçarias das viaturas fazem o dia-a-dia da cidade da Praia, fustigada pela falta de água. Em alguns bairros periféricos, como Lém Cachorro, os moradores afirmam que há mais de um mês que as suas residências não recebem uma gota de água da rede. A penúria é de tal modo desesperante que já há quem aproveite a chuva que bafeja a capital do país nas últimas horas para encher baldes, latas e tudo que venha a mão... qualquer coisa serve nem que seja para utilizar na casa de banho.

A “peregrinação” em busca de água não é barata. Cada vasilhame, dizem, custa 50 escudos nas sentinas. Mas o frete, por exemplo, chega aos 200 escudos. De todo o modo, é preferível pagar caro a ficar sem água em casa, afirmam em desespero os moradores de Lém Cachorro.

A falta de água na cidade da Praia, de acordo com o presidente da Comissão Executiva da Electra, resulta de uma avaria no arrancador de um dessalinizador de cinco toneladas da Central do Palmarejo. Segundo Antão Fortes, a avaria é consequência do “blackout” que se registou na semana passada na capital, depois de uma tentativa de roubo de energia nas proximidades do Quartel Escola, o que levou à paragem brusca de todos os equipamentos.

“Estamos com muitas dificuldades no arrancador do dessalinizador do Palmarejo porque alguns equipamentos queimaram”, assegurou o presidente executivo da Electra, acrescentando que estão a ser desenvolvidos esforços para a vinda urgente de um técnico espanhol para substituir as peças queimadas ou para ver se consegue arrancar a máquina.

Enquanto isso, na Central está a funcionar apenas com um dos dessalinizadores de 1200 toneladas. É que, para agravar a situação, o segundo dessalinizador com a mesma tonelagem também está avariado, e aguarda a chegada à capital de um técnico para tentar reparar o problema. Mas a solução para o abastecimento da Praia, perspectiva o PCA da Electra, terá de passar por um terceiro dessalinizador de água de cinco mil metros cúbicos, que está a ser instalado mas que só deverá começar a funcionar em 2012.

Entretanto, no final do dia de ontem, a Electra informou que a avaria registada no dessalinizador de maior capacidade, na Central do Palmarejo, estava resolvida e que a distribuição de água ficará normalizada brevemente.

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