sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Controlo do petróleo líbio pelo ocidente considerado questão estratégica - analista




ANGOLA PRESS

Luanda - O controlo do petróleo líbio pelo Ocidente foi considerado hoje (segunda-feira), em Luanda, pelo analista político angolano Elias Chinguli como uma questão estratégia e geopolítica que tem a ver com o funcionamento da economia mundial, pelo facto do crude ser a principal fonte energética.

Numa entrevista à Angop, Chinguli disse que “se o petróleo é ainda considerado a principal fonte de energia a explorar, obviamente, quem controlar a sua extracção influenciará também na estratégia de produção e a estrutura de preços”.

Acrescentou que a nível instrumental o ocidente terá também um papel no estratégico e geopolítico a exercer junto dos membros da Organização os Países Produtores de Petróleo (OPEP), devido a influência que a OPEP joga no xadrez mundial no concernente a produção do crude e do seu preço.

Sustentou que ao exercerem um controlo sobre a Líbia, Arábia Saudita, Qatar, Koweit, os países ocidentais, na sua qualidade de maiores consumidores do petróleo, concretizaram uma estratégica de controlar esse recurso, bem como as suas reservas.

Frisou que essa acção vai implicar que “toda a concertação que deveria ser feita dentro da OPEP se faça agora fora das suas estruturas, cabendo a organização legitimar apenas aquilo que outros Estados que têm peso na produção impuserem aos outros, devido ao seu voto de qualidade”.

De acordo com a fonte, se a Líbia é o país africano e árabe que tem níveis de produção elevados e por possuir as maiores reservas do crude, “a ideia subjacente é, quem controlar esse país, controlará também a sua estrutura de produção e de preços, num bloco de concertação.

Para o analista político, o bloco liderado pelos países do Golfo Pérsico está próximo do ocidente e dos consumidores, por isso, as suas posições são muito influenciadas pelas relações que mantêm com os Estados Unidos e a Europa.

Assim se pensa, segundo fonte, porque a estabilidade política desses Estados depende muito do ocidente, sublinhando que no caso da ocupação da Líbia pela Aliança Atlântica (OTAN), essa ideia veio concretizar-se.

“Ora se o ocidente impuser uma guerra ao Qatar, o regime vai cair, porque é sustentado um pouco com apoio que lhe é prestado por este, tal como a Arábia Saudita, por isso esses países têm feito um pouco o jogo do ocidente, tendo em conta a sua própria legitimidade”, realçou.

Sublinhou, por outro lado que, a democracia nesses países não é também algo palpável por se tratar de monarquias apoiadas pelo mesmo ocidente que hoje faz guerra ao líder líbio, Muammar Kadhafi.

Segundo a fonte, diferente se processa em relação ao bloco liderado pela venezuela na OPEP pelo facto da ideologia do presidente Hugo Chávez privilegiar muito as questões sociais, o controlo da produção por via estatizada e burocratizada, contra a primazia do funcionamento das leis do mercado defendido pelos árabes.

Assim, o bloco liderado pela Venezuela incluiu também outros pequenos produtores, cuja ideologia não se identifica muito com as e leis de mercado e do seu funcionamento, sublinhou o analista em relações internacionais
angolano.

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