Museu da Escravatura em Luanda contém peças históricas que ligam diferentes países - Fotografia: Domingos Cadência, em JA |
Os responsáveis de diversos museus do mundo lusófono apelaram ontem, em Lisboa, ao reforço da cooperação e à criação de redes de contacto entre os países de língua portuguesa na área da museologia, para valorizar uma memória histórica comum, informou a Lusa.
“Espero que daqui surjam novas linhas de cooperação”, apelou o secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), Miguel Anacoreta Correia, perante cerca de 300 participantes no VI Encontro de Museus de Países e Comunidades de Língua Portuguesa, que ocorreu no Museu do Oriente, em Lisboa.
“Somos 35 cidades nos cinco continentes. Temos meios limitados, mas podemos reunir conhecimento e fazer um esforço de valorização da memória histórica através dos museus”, declarou o responsável.
Dentro da “realidade muito diversa e complexa” do universo dos museus, que vão desde os grandes museus nacionais aos pequenos núcleos museológicos, e dentro do actual quadro de “crise económica”, Anacoreta Correia apelou ao maior envolvimento dos especialistas.
“Há museus que resistem em situações limite. É preciso, no entanto, fazer da adversidade da crise um estímulo para continuar e usar a criatividade”, sugeriu.
Também o representante da ICOM (ONG dedicada aos museus), Carlos Roberto Brandão, lendo uma mensagem do presidente deste organismo, Hans Hinz, apelou à “cooperação da comunidade dos museus” do mundo lusófono.
Por seu turno, o presidente da Comissão Nacional da UNESCO, Fernando Guimarães, referiu que este encontro “está integrado nas principais preocupações” daquele organismo internacional.
“Temos de ter uma visão prática das coisas e habituarmo-nos a trabalhar em conjunto. Espero que o próximo encontro não demore tanto tempo a realizar-se”, comentou, sobre o facto de esta sexta reunião acontecer com 11 anos de intervalo desde a anterior.
André Rego, que também esteve presente na abertura do encontro, em representação do secretário-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), assinalou na sua intervenção que um dos grandes desafios deste organismo é “divulgar o português nas organizações internacionais”. “Quanto mais debates técnicos de alto nível como este fizermos em português, tanto melhor”, sublinhou. Organizado pelo ICOM Portugal, representação nacional deste organismo internacional ligado aos museus, o encontro contou com a participação de especialistas de todos os continentes, dos países da CPLP e também de comunidades lusófonas em Macau e Goa.
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