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Luanda, 27 set (Lusa) -- O Governo angolano anunciou hoje a maior expulsão em massa de pessoas que se encontravam em situação migratória irregular, um total de 141 cidadãos estrangeiros, na sua maioria de nacionalidade libanesa.
A medida, de acordo com o diretor do Serviço de Migração e Estrangeiros de Angola, Freitas Neto, tem como objetivo salvaguardar os interesses nacionais, bem como a segurança interna do Estado angolano.
Segundo aquele responsável, contra alguns destes cidadãos já havia registo de processos relativos a crimes de financiamento ao terrorismo e de branqueamento de capitais.
"Associada à imigração ilegal estão outros crimes transversais, nomeadamente o terrorismo e o branqueamento de capitais", disse Feitas Neto, salientando que "há algum tempo houve uma denúncia internacional que mencionava algumas pessoas, como estando envolvidas no crime de terrorismo internacional".
"Recebemos essa informação, que foi trabalhada, e era preciso encontrarem-se elementos de prova e fazer, assim, a execução daquilo que o Executivo estimasse mais pertinente e por isso a ordem de expulsão foi feita neste momento", completou.
A lista divulgada por Freitas Neto é liderada por cidadãos libaneses, com 71 expulsos, seguindo-se a Síria e a Tunísia, com 20 ilegais cada um e a Índia com 14.
Da lista consta também um cidadão português, Mário de Freitas Martins, que neste momento ainda se encontra no país, mas que já recebeu a ordem de expulsão.
Entre cidadãos expulsos há também um brasileiro, um britânico, um chileno, uma pessoa da República Democrática do Congo, três egípcios, três palestinianos, um senegalês e quatro cidadãos da Serra Leoa.
De acordo com Freitas Neto, todos os cidadãos com ordem de expulsão já foram localizados, sete dos quais já se encontram fora do país por razões pessoais, tendo sido logo acionados os mecanismos para a detenção dos indivíduos.
A interdição de entrada em Angola do referido grupo estará em vigor por um período de vinte anos, disse Freitas Neto, acrescentando que enquanto permanecerem no país serão encaminhados para o Centro de Detenção de Estrangeiros Ilegais.
Freitas Neto sublinhou ainda que as empresas a que estiveram vinculados estas pessoas serão responsabilizadas pela infração decorrente do tempo de estadia ilegal no território angolano.
"Vamos primeiro conversar, de acordo com o estipulado na lei, com as entidades patronais, e se a medida não resultar então iremos partir para a medida administrativa", referiu Freitas Neto.
O diretor do SME disse que a medida terá sequência, contando com o auxílio de um programa informático de gestão da permanência de estrangeiros no solo angolano, que permitiu, desta vez, constatar a existência de um grande número de cidadãos a trabalharem em situação irregular.
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