terça-feira, 27 de setembro de 2011

Investimento português pode ser útil nas áreas do turismo, petróleo e comércio - Gusmão




MP - LUSA

Lisboa, 27 set (Lusa) - O investimento português em Timor-Leste seria útil nas áreas do petróleo, turismo e comércio, disse hoje o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, que pondera enviar uma comitiva oficial a Portugal para fazer contactos com o setor privado nacional.

No final de um encontro com o Presidente da República, no Palácio e Belém em Lisboa, Xanana Gusmão explicou que este foi um dos assuntos abordados com Cavaco Silva: "Houve uma troca de opiniões sobre a possibilidade de Timor-Leste vir aqui, numa outra visita, falar com o setor privado português sobre as oportunidades que poderão encontrar para participar no desenvolvimento de Timor, segundo o que prevemos no Plano Estratégico de Desenvolvimento".

As áreas do petróleo, turismo e comércio são algumas das que poderão interessar aos investidores portugueses em Timor-Leste: "Viremos aqui, vamos apresentar o plano e vão ver que na área do petróleo, na área do turismo, na área do comércio podemos ser uma plataforma para o mercado da ASEAN. [Mas] posso dar várias áreas e ninguém estar interessado. Portanto, viremos aqui, vamos conversar, vamos convidar [os empresários]", afirmou Xanana Gusmão, recusando adiantar se já recebeu alguma manifestação de interesse de investidores nacionais.

Antes do encontro com Cavaco Silva, e no final de uma cerimónia de assinatura de vários protocolos entre os dois países no Palácio de São Bento, o primeiro-ministro timorense convidou os empresários portugueses a olharem para as oportunidades de investimento em Timor-Leste, destacando o papel do país como "ponte" entre Portugal e a Ásia.

"Convido empresários a olhar para as oportunidades do Plano Estratégico de Desenvolvimento de Timor-Leste e para a as oportunidades que hoje temos", disse Xanana Gusmão.

Quanto à possibilidade de Timor-Leste estar interessado na privatização de empresas como a EDP ou a Galp, o primeiro-ministro timorense afirmou que este é um assunto "em ponderação" que precisa "de tempo".

"Estamos em contacto com o Governo português, estamos a tentar encontrar-nos com as instituições relevantes e vamos considerar, vamos ponderar isto tudo. Não são decisões fáceis, mas estamos todos a tentar ver o que se pode fazer", afirmou, acrescentando depois: "Devem compreender que como Estado temos nove anos de vida. Essas questões não podem ser decididas levianamente. Estamos em contacto, estamos em discussão, estamos a tentar ver o que podemos fazer. De momento, não posso dizer nada. Dêem-nos tempo. Temos nove anos de idade. Quando se fala dessas questões complicadas - e é mais por causa da amizade que temos que falamos mais abertamente, acima dos interesses - dêem-nos tempo, dêem-nos oportunidade de olharmos para esses problemas."

Xanana Gusmão adiantou ainda que Cavaco Silva lhe transmitiu "palavras de conforto e apreço pela mudança que se está a verificar em Timor-Leste", sobretudo a nível da segurança e da estabilidade política.

"O Presidente [Cavaco Silva] desejou que as eleições de 2012 continuem a ser realizadas de forma a mostrar que o processo democrático e político em Timor-Leste está maduro", afirmou.

"Foi um encontro como sempre de amigos", disse.

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