DM - LUSA
Macau, China, 21 set (Lusa) -- O Instituto de Ação Social de Macau (IAS) firmou hoje com a Caritas um acordo que prevê a entrega da gestão do banco alimentar, cujo número de beneficiários o Governo estima que venha a triplicar dentro de dois anos.
Criado em julho de 2009, a título provisório, o banco alimentar, que apoiou desde então 2.172 pessoas, passará a ser gerido pela Caritas já a partir de segunda-feira e até 2013, altura em que o número de beneficiários deverá rondar os 6.000, de acordo com as previsões do presidente do IAS, Iong Kong Io.
Para o secretário-geral da Caritas, Paul Pun, a estimativa do Governo pode ser justificada com o aumento da taxa de inflação que atingiu os 4,89 por cento nos últimos 12 meses terminados em agosto, segundo dados oficiais.
"Está tudo mais caro e, por isso, prevemos que um maior número de pessoas enfrente dificuldades e antecipamos mais pedidos de apoio", afirmou o dirigente da organização humanitária, ao indicar, por outro lado, que um maior número de residentes de Macau será elegível ao abrigo do programa.
É que, segundo explicou o presidente do IAS, uma das diferenças é que as condições a observar por parte de quem procura obter ajuda serão "mais fáceis", o que vai ao encontro do objetivo de alargar a rede de cobertura do apoio que o Governo definiu e que o motivou, por isso, a entregar o banco alimentar a uma instituição particular de solidariedade social.
"Cremos que com a sua experiência rica em diversificados serviços sociais e sua grande rede de cobertura, a Caritas conseguirá rápida e eficazmente encontrar os necessitados latentes", salientou Iong Kong Io, ao apontar que, para além de executar o programa, a organização encaminhará os mais carenciados para outros serviços de assistência eventualmente mais adequados.
O Governo tem destinado para o banco alimentar um orçamento de dez milhões de patacas (912 mil euros) para os próximos dois anos, verba passível de ser revista em alta "caso necessário".
Na perspetiva de Paul Pun, o montante deve chegar para cumprir os requisitos impostos pelo Governo ao nível da execução do programa, mas não para os planos que a Caritas tem em vista: "Pretendemos fazer mais do que o suposto, por isso, precisamos de fundos adicionais e de serviço voluntário".
O secretário-geral da organização referia-se a um pacote de serviços extra que pretende disponibilizar aos mais carenciados e que incluem, entre outros, atividades de intercâmbio e sessões de aconselhamento que têm como objetivo ajudar as famílias a gerirem da melhor forma o seu orçamento.
O apoio alimentar pode ser requerido por um prazo de seis semanas, passível de prorrogação por igual período, dependendo da avaliação do caso, pelos residentes que se encontram em situação de carência económica desde que não beneficiem de subsídios governamentais.
Sem comentários:
Enviar um comentário