AYAC - LUSA
Chimoio, 11 set (Lusa) - Fome, excesso de actividades para sobrevivência e prática de agricultura em tempo de aulas, impedem a participação de alunos adultos em Manica, centro de Moçambique, comprometendo a redução da taxa de analfabetismo, disse à Lusa fonte governamental.
Em declarações a Lusa, Simões Caipenda, chefe da repartição de Alfabetização e Educação de Adultos, na direcção provincial de Educação e Cultura de Manica, disse que o analfabetismo "emperra acções de combate à pobreza", pelo que é necessário reverter a actual situação.
"Estamos a desenvolver iniciativas de habilidade para a vida nos programas de alfabetização e educação de adultos, tais como medicina verde, horta orgânica, cestaria, olaria e gestão de pequenos negócios para atrair os candidatos. Neste programas eles aprendem leitura e escrita, fazendo.", disse Caipenda.
Em 1997 a taxa de analfabetismo em Manica estava situada em 57.9 por cento tendo caído para 49 por cento no primeiro semestre de 2011, numa redução de 8.9 pontos percentuais em 14 anos.
Entretanto, a continuação de aulas debaixo de árvores, escassez de livros para a educação de adultos e desistências, tornam uma miragem o cumprimento dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio (ODM), cuja meta é reduzir até 30 por cento a taxa de analfabetismo em 2015.
"Temos o desafio de reduzir a taxa de desistência dos alfabetizandos, que atingiu o seu pico em 2007 (39 por cento) para 15 por cento. Traçámos estratégias de retenção nos programas de alfabetização e educação de adultos para travar desistências", disse Simões Caipenda, que falava na passagem do dia internacional de alfabetização.
Em Mossurize, onde decorreu a cerimónia central do nível de Manica, vários centros de escuta do programa alfa-rádio, educação via rádio, alfabetização regular e programas de educação não formal funcionam para alfabetizar a população.
Ao todo, 958 centros de alfabetização foram abertos em Manica, onde frequentam 54.465 alfabetizandos, 408 membros dos conselhos consultivos e 1.161 líderes comunitários, assistidos por 1009 alfabetizadores.
"É plano do governo alfabetizar um milhão de pessoas por ano, sobretudo mulheres, pois só assim podemos combater a pobreza, reduzir devastação do meio ambiente e atingir o desenvolvimento", disse Estêvão Rupela, director provincial da Educação e Cultura de Manica.
A efeméride este ano celebrou-se sob o lema "Façamos da alfabetização uma lanterna da noite escura que nos indica o caminho a seguir".
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