quinta-feira, 22 de setembro de 2011

ONU: Presidente Dilma diz que emergentes não podem ser o motor da economia mundial




OJE - LUSA

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, criticou hoje a guerra cambial e afirmou que os países emergentes "não podem assumir sozinhos o papel de locomotiva global", num artigo publicado hoje na versão online do jornal Financial Times. 

Segundo Dilma Roussef, o grande desafio para os próximos anos é combater o problema da dívida soberana e dos desequilíbrios fiscais sem impedir o crescimento. "Apenas o crescimento económico, baseado na distribuição de renda e na inclusão social, pode gerar recursos para pagar a dívida pública e reduzir os défices", afirmou a presidente.

A presidente brasileira sublinhou que os países desenvolvidos têm recorrido à desvalorização das suas moedas para tentar retomar o crescimento, em vez de adoptarem "um mix mais equilibrado de estímulo monetário e fiscal".

"Essa onda unilateral de desvalorizações competitivas cria um ciclo vicioso que leva ao proteccionismo comercial e cambial. Isso tem efeitos devastadores para todos, mas especialmente para os países em desenvolvimento", alertou a líder brasileira.

Dilma Rousseff aponta que o grande fluxo de capital especulativo e a rápida valorização das moedas obrigam países em desenvolvimento com regime de câmbio flutuante, como o Brasil, a adoptarem medidas prudenciais para proteger as suas economias e as suas moedas nacionais.

"Economias emergentes estão a apoiar o ritmo de crescimento, mas não podem assumir sozinhas o papel de locomotiva global", reforçou.

A responsável brasileira apontou a necessidade de combate ao proteccionismo e a todas as formas de manipulação cambial, que dão "competitividade espúria à custa dos parceiros comerciais".

Dilma defendeu mais regulamentação do sistema financeiro, para evitar novas crises, além de coordenação macroeconómica e coesão política para superar a recessão actual.

A presidente afirmou que "o G-20 pode oferecer uma resposta coordenada" e permitir que todas as grandes economias ajustem as suas políticas fiscais, monetárias e cambiais "sem medo de agirem de forma isolada".

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