PÚBLICO - LUSA - em 29 de outubro 2011
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, admitiu nesta sexta-feira, em entrevista à televisão brasileira Globo, que a austeridade em Portugal vai “continuar por mais alguns anos”, porque “a dívida é grande”, ainda que “sustentável”.
Na entrevista, Passos Coelho afirmou que “foi justamente para evitar” que a dívida portuguesa fosse “além do devido”, do que o País poderia pagar, que o Governo adoptou “um programa tão duro e tão difícil, e que continuará por mais alguns anos”.
O primeiro-ministro assinalou que, “no dia em que tiver que pagar a factura” dos “erros”, o Estado “tem sempre que ir aos impostos dos cidadãos”.
Para Passos Coelho, Portugal cometeu o erro de “gastar de qualquer maneira” o dinheiro que tinha.
“O dinheiro, mesmo quando é abundante e barato, não quer dizer que se possa gastar de qualquer maneira. Esses foram os erros que nós cometemos e espero que não se repitam. Têm sempre um custo”, frisou.
A entrevista de Passos Coelho, que na sexta-feira terminou uma visita de dois dias ao Brasil, será transmitida na íntegra na segunda-feira no canal Globo News.
Novo regime económico
Passos Coelho disse igualmente que Portugal tem de fazer um “caminho de mudança de regime económico” apostando mais nas empresas e na abertura da economia ao exterior.
“O caminho que temos de fazer é um caminho de mudança de regime económico, apostar mais nas empresas, mas na abertura da economia ao exterior, mais no empreendedorismo e na inovação dos portugueses, libertá-los do peso desta dívida, que vai demorar tempo, mas tem que ser feito, reduzir os gastos do Estado e das despesas públicas”, afirmou.
O líder do Governo salientou também na entrevista que as dificuldades portuguesas não estão ao mesmo nível das gregas e que, apesar da dívida portuguesa ser grande, é “sustentável”.
“A nossa dívida é grande, mas é uma dívida sustentável. E foi justamente para evitar que as nossas dívidas fossem além do devido, daquilo que nós poderíamos pagar, que adoptámos um programa tão duro e tão difícil como este que tem vindo a ser e que continuará por mais alguns anos em Portugal”, disse.
Passos Coelho disse também ter sido importante o reforço do Fundo Europeu de Resgate porque este mecanismo precisa de “alavancado para que esse risco sistémico e esse risco de contágio, de quebra de confiança no próprio euro, seja interrompido”.
“Era importante que o fundo tivesse um nível de robustez que desencorajasse os especuladores de fragilizar as economias europeias”, explicou. (Público)
Nota de Página Global: A imagem que ilustra esta postagem é de autoria do ilustre We Have Kaos in the Garden de onde também compilamos o pequeno texto que se segue e que é alusivo à referida imagem.
DESPREZÍVEIS MENTIROSOS
Anda por aí este vídeo de declarações quando era oposição que tem causado muita indignação a muita gente. Indignação sobretudo para aqueles que votaram Passos Coelho por acreditarem em todas aquelas mentiras. Para quem prometeu um governo de verdade só a demissão seria um acto com o mínimo de dignidade, coisa que pelos vistos falta muito a muita gente.
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