A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afirmou hoje, ao chegar a Pretória, na África do Sul, que o seu governo está a acompanhar "atentamente" todas as denúncias que envolvem o ministro do Desporto, Orlando Silva.
Este ministro foi acusado por um polícia militar, filiado ao mesmo partido que o seu, de chefiar um esquema de corrupção, que desviaria dinheiro de um programa destinado a financiar organizações não governamentais (ONG) que fomentam o desporto entre os jovens.
"O governo está a acompanhar atentamente todas as denúncias, todos os esclarecimentos e todas as investigações. Aliás, o ministro Orlando pediu que a Polícia Federal e o Ministério Público investigassem as acusações que lhe fizeram e que considera uma injustiça", declarou Dilma Rousseff.
A líder brasileira, que iniciou hoje uma viagem oficial que a levará ainda a Maputo e Luanda, lembrou que o governo trabalha com a "presunção de inocência" e que o ministro acusado já se dispôs a prestar esclarecimentos ao Congresso.
"Temos um princípio democrático e civilizacional. Nós presumimos a inocência [...] Além disso, o ministro dispôs-se a ir ao Congresso Nacional para dar todos os esclarecimentos que os senhores deputados e senadores quiserem a respeito do assunto", reforçou Dilma Rousseff, em declarações aos jornalistas, divulgadas pelo sítio oficial da Presidência brasileira na internet.
Esta não foi a primeira denúncia que levanta suspeitas sobre a licitude de protocolos celebrados entre ministérios e ONG. Dilma Rousseff admitiu que alguns contratos estabelecidos com este tipo de organizações são um pouco mais "frágeis" que os realizados diretamente com órgãos públicos, dada a sua estrutura menos formal.
"O que nós detetámos é que, em geral, elas [ONG] são menos formais que as prefeituras e os Estados, porque as prefeituras e os Estados são órgãos públicos". Esta qualidade, especificou, sujeita-os "a toda uma dinâmica", que inclui regulamentações, acompanhamentos pelos tribunais e prestação de contas.
A presidente evitou, no entanto, afirmar que a irregularidade estaria na administração da ONG.
Depois das denúncias, o ministro do Desporto, Orlando Silva, antecipou o seu regresso de Guadalajara, no México, onde estava para acompanhar os Jogos Pan-americanos. Quando chegou ao Brasil, apresentou um pedido de investigação das denúncias no Ministério Público e colocou-se à disposição para quaisquer esclarecimentos.
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