CORREIO DO BRASIL - de Brasília e São Paulo
Líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA) pensava apresentar, nesta segunda-feira, um requerimento com o objetivo de colocar mais lenha na fogueira que frita o ministro dos Esportes, Orlando Silva, após matéria publicada na revista semanal ultraconservadora Veja. Na reportagem, um soldado da Polícia Militar do Distrito Federal acusa o ministro de participar de desvios de recursos do ministério. O representante da direita quer convidar a fonte da matéria para falar na Casa, mas o ministro já sinalizou à base aliada que as acusações do PM João Dias Ferreira de que comanda um esquema de desvios na pasta são uma “trama farsesca”.
O ministro Silva também deverá falar na Comissão de Fiscalização e controle sobre as acusações de que teria participação direta num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que distribui recursos a ONGs para projetos de incentivo à prática de esportes por jovens, segundo Veja. A oposição quer ouvir também Célio Soares Pereira, que afirmou à revista ter entregue dinheiro ao próprio ministro na garagem do ministério, em Brasília, no final de 2008. Ferreira chegou a ser preso em 2010 pela Polícia Civil do Distrito Federal, como suspeito de envolvimento no desvio de recursos do mesmo programa.
Pereira confirmou a jornalistas, nesta segunda-feira, a acusação contra o ministro Orlando Silva. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, já pediu para que a Polícia Federal investigue o esquema relatado.
Em nota divulgada na véspera, o Ministério do Esporte disse que João Dias firmou dois convênios com a pasta, em 2005 e 2006, que não foram executados. O ministério pede a devolução de R$ 3,16 milhões dos convênios. De acordo com o ministro, desde que o TCU foi acionado, integrantes de sua equipe vêm recebendo ameaças.
“Armação”
Presidente nacional do PC do B, Renato Rabelo chamou de “armação” as denúncias de capa da última edição da revista Veja.
“Estou seguro e convicto de que tudo não passa de calúnia e armação, ele mesmo apresentou um pedido ao ministro da Justiça para que a Polícia Federal investigue as denúncias apresentadas por esse caluniador, João Dias. E, mais, já no início da próxima semana, também por sua iniciativa, Orlando irá à Câmara dos Deputados para desmascarar cabalmente essa acusação leviana”, destaca em nota o presidente do PC do B.
Segundo Rabelo, o ministro está tranquilo em relação à sua inocência e se colocou à disposição para depor sobre o caso na Câmara dos Deputados, na próxima terça-feira, atendendo pedido da bancada do PC do B. Rabelo também disse que as informações são infundadas.
“A única prova é o depoimento de João Dias Ferreira, cuja trajetória é pontuada por ações obscuras. Ele é réu em algumas ações na Justiça. Não sei se agora é revanche. Isso tudo nos causa muita estranheza”, afirmou na nota.
O dirigente do partido informou também que Ferreira saiu do PcdoB antes de 2006. O partido, disse Rabelo, vai estudar uma medida judicial para se defender das acusações.
Nesta segunda-feira, o ministro também voltou a afirmar que as denúncias são “uma farsa”. Ele abreviou a viagem que fazia ao México para voltar ao Brasil, nesta tarde. Silva foi chamado pelo Palácio do Planalto a dar explicações sobre as acusações de corrupção na pasta, que chefia desde 2006.
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