terça-feira, 18 de outubro de 2011

CEDAO - Cabo Verde à procura de lugares de topo na Comissão na cimeira de Abuja




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 18 out (Lusa) - Cabo Verde vai tentar hoje obter consensos para integrar a Comissão da CEDEAO, objetivo que tem sido sucessivamente adiado desde julho de 2010, quando a ilha cabo-verdiana do Sal recebeu a 38.º cimeira da comunidade oeste-africana.

Em causa está a renovação da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), um dos assuntos a tratar na cimeira extraordinária da organização sub-regional, que decorre em Abuja, capital federal da Nigéria.

A cimeira visa unicamente analisar e votar os novos estatutos e critérios de rotatividade nos postos da nova Comissão, com Cabo Verde interessado sobretudo na vice-presidência, embora, no passado, tenha procurado assumir a Presidência, e de pelo menos um dos sete comissários.

As novas regras da CEDEAO estão contidas num relatório de uma Comissão Ad Hoc, inicialmente criada em julho de 2010, na Cimeira do Sal, e cujos membros foram entretanto alterados, englobando atualmente os Presidentes da Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Serra Leoa e Togo.

A ideia de Cabo Verde em assumir um alto cargo na CEDEAO foi lançada na Cimeira do Sal, quando as autoridades cabo-verdianas decidiram avançar depois de terem perdido para Mohamed Ibn Chambas a secretaria-geral do Grupo África, Caraíbas e Pacífico (ACP), em novembro de 2009.

Chambas era, desde 2007, o presidente da Comissão da CEDEAO e concorreu a secretário geral do Grupo ACP - derrotou Fernando Wahnon Ferreira, na altura embaixador de Cabo Verde em Bruxelas. Para o substituir, a Comissão escolheu Victor Gbeho, antigo chefe da diplomacia do Gana.

Segunda-feira, em declarações à agência noticiosa Inforpress, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano, José Luís Rocha, nada quis antecipar sobre os resultados da cimeira de hoje, em que Cabo Verde está presente através do ministro das Relações Exteriores, Jorge Borges.

"Neste momento, nada vou antecipar. Vou esperar os resultados, uma vez que tudo dependerá da maturidade do tratamento e das soluções propostas e das decisões que vierem a ser tomadas", disse José Luís Rocha, salientando que a preocupação é analisar os estudos já feitos, as propostas existentes e, depois, tomar uma posição.

"Evidentemente que Cabo Verde faz parte dos países que devem ser eleitos em matéria de rotação, mas neste momento não vou adiantar mais", disse.

Segundo partes do relatório da Comité Ad Hoc, as candidaturas a comissário deverão obedecer à ordem alfabética, mas também à boa governação, estabilidade e respeito pela Constituição, tendo os consensos nesse sentido falhado na última cimeira da organização, a 39.ª, realizada também em Abuja, a 25 de março deste ano.

A falta de consenso obrigou, depois, a novo encontro do Comité, em junho, na Serra Leoa.
A cimeira de hoje é presidida pelo líder da Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO e também presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan.

Além de Cabo Verde, integram a CEDEAO outros 14 Estados: Guiné-Bissau, Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

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