terça-feira, 18 de outubro de 2011

Embaixadora de Angola quer reativar Comissão Mista e estatuto especial para cabo-verdianos




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 17 out (Lusa) - A nova embaixadora de Angola em Cabo Verde afirmou hoje que pretende criar um estatuto especial para a importante comunidade cabo-verdiana em território angolano, ao mesmo tempo que pretende reativar a comissão mista de cooperação, parada desde 2008.

Josefa Coelho da Cruz, que apresentou hoje as cartas credenciais ao chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, salientou que Luanda pretende reforçar a cooperação em setores diversos, com maior foco nos transportes, formação e agricultura.

A diplomata angolana, que sucede a José César Augusto "Kiluange" (deixou a Cidade da Praia em junho último), frisou que "existe vontade política" de Luanda para implementar o maior número de projetos já em carteira e que, por uma ou outra razão, não foram concretizados.

"O domínio é muito vasto. Há os transportes, o setor empresarial, a formação, a troca de experiências entre os dois países e a formação de angolanos em Cabo Verde e vice-versa, a agricultura e muito mais", especificou Josefa Coelho da Cruz.

Com uma carreira diplomática de 36 anos, a diplomata angolana sublinhou o desafio "particular" que tem pela frente em Cabo Verde, tendo em conta os laços históricos e, sobretudo, a "enorme" comunidade cabo-verdiana em Angola.

"Vamos lidar com os poucos angolanos que estão aqui, mas também vamos rever a situação da comunidade cabo-verdiana que está lá. Por causa da sua longa estada em Angola, exige-se que seja concedido algum estatuto especial", defendeu.

"Outra prioridade de curto prazo é realizar, o mais breve possível, a próxima comissão mista de Angola e Cabo Verde, que já há três anos que não conhece qualquer desenvolvimento", acrescentou, lembrando as palavras também proferidas nesse sentido pelo chefe de Estado cabo-verdiano.

Para Jorge Carlos Fonseca, Angola é um país "muito importante" nas relações externas de Cabo Verde, pelo que disse acreditar existirem condições para se alargarem, quer no âmbito dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) quer no da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Josefa Coelho da Cruz, formada na antiga Jugoslávia, subiu a embaixadora em novembro de 2010, após desempenhar funções de ministra conselheira no Ministério das Relações Exteriores de Angola.

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