AC - LUSAPequim, 31 out (Lusa) - A drástica política de controlo da natalidade imposta pela China há trinta anos ("Um casal, um filho"), continuará em vigor para permitir ao país "manter um baixo índice de reprodução, afirmou a responsável pelo planeamento familiar chinês.
"A sobre-população continua a ser um dos maiores desafios ao desenvolvimento social e económico", disse a ministra que dirige a Comissão Estatal da População e Planeamento Familiar, Li Bin, a propósito do nascimento do cidadão 7.000.000.000 do planeta, assinalado hoje pela ONU.
Numa entrevista difundida pela agência noticiosa oficial chinesa, Li Bin salientou que, se a China não tivesse adotado a politica de "um casal um filho", no final da década de 1970, a sua população já teria excedido 1.700 milhões, mais 400 milhões do que os atuais cerca de 1.340 milhões.
A esperança média de vida da população chinesa, entretanto, subiu para 73,5 anos e o índice de mortalidade infantil é considerado baixo entre os países em vias de desenvolvimento.
"Temos de continuar a seguir a politica atual, elevar a qualidade da população e otimizar a sua estrutura para alcançar o desenvolvimento sustentável da população, da sociedade, do ambiente e da economia". Defendeu Li Bin.
A ministra chinesa reconheceu, contudo, que "além da sobre-população, a China continua confrontada com outros desafios relacionados com a população, incluindo o desequilíbrio entre o número de homens e de mulheres e o envelhecimento da sociedade".
Ao contrário do que aconteceu na Europa e no Japão, a China começou a envelhecer antes de se tornar rica.
Os chineses com mais de 60 anos (a idade da reforma) já representam 13,2 por cento da população, apenas menos 3,3 pontos dos que têm menos de 14 anos, e em 2050, a percentagem chegará a 34 por cento - mais de um terço!
O país onde vive hoje 19 por cento da humanidade terá então um quarto de toda a terceira idade do planeta e a sua população ativa descerá para 750 milhões, quase menos 200 milhões do que em 2011.
Alem de abortos e esterilizações forçadas, denunciadas nomeadamente pelo advogado Chen Guangcheng, a imposição da política de "um casal, um filho" provocou uma acentuada diferença entre o número de homens e de mulheres.
Dada a tradicional preferência por filhos do sexo masculino, os únicos que perpetuam o apelido da família e apoiam os pais na velhice, muitos casais interrompem a gravidez se o feto for do sexo feminino.
Oficialmente, por cada 100 raparigas nascem 118 rapazes, quando o ratio considerado normal é de 103 para 107, e dentro de poucos anos, haverá mais vinte milhões de homens do que mulheres.
Tibetanos, mongóis, uigures e as outras 52 minorias étnicas do país, que no conjunto representam oito por cento da população, estão isentas de seguir a política de "um casal, um filho".
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