SOL - AP
A ONU denunciou que vários prisioneiros talibã foram torturados em prisões do Afeganistão. Um relatório publicado pelo organismo esta segunda-feira revela que várias prisões controladas pelas autoridades afegãs praticaram actos de tortura como choques eléctricos ou a remoção das unhas dos pés.
No relatório publicado pela ONU são reveladas práticas de tortura em pelo menos 47 instalações controladas pela polícia afegã que violam a legislação internacional.
As conclusões avançadas pela ONU têm como base entrevistas a 379 reclusos que foram detidos pelas autoridades afegãs entre Outubro de 2010 e Agosto de 2011. No relatório é igualmente avançado que não foram encontrados quaisquer indícios de que tropas internacionais tivessem também recorrido a actos de tortura.
Os reclusos entrevistados, na sua maioria suspeitos de ligações talibãs e responsáveis por ataques bombistas, revelaram alguns métodos de tortura utilizados pelas autoridades afegãs. Choques eléctricos, suspensão pelos pulsos, remoção das unhas dos pés, espancamento das solas dos pés e puxar os genitais dos reclusos foram alguns dos métodos avançados.
Perante as revelações, a ONU já parou a transferência de reclusos para 16 prisões afegãs. A missão do organismo no país, conhecida como UNAMA, já deu início a investigações e retirou vários membros das autoridades afegãs de serviço.
O relatório das Nações Unidas ganha acrescida relevância com a decisão das Nações Unidas e da força internacional - coordenada pela NATO -, em transferir a totalidade do poder no Afeganistão para o seu governo, em 2014, data em que as tropas internacionais devem sair do território.
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