PNE – LUSA
Empresas chinesas, sul-coreanas e japonesas já manifestaram interesse na exploração de petróleo e gás em Timor-Leste, mas ainda não há acordos assinados, disse hoje à agência Lusa o ministro timorense da Economia e Desenvolvimento, João Gonçalves.
"Já há alguns contactos iniciais, não só com companhias chinesas, como com companhias sul-coreanas e o Japão também está interessado", afirmou o governante em entrevista à Lusa em Macau, realçando que "há bastante interesse de vários países" na exploração de petróleo e gás em Timor-Leste.
Mas João Gonçalves garantiu que "neste momento ainda não há nada assinado", ao explicar que foi criada uma "companhia estatal timorense que irá negociar qualquer possível parceria com empresas estrangeiras para a exploração de petróleo e gás em Timor".
O Conselho de Ministros de Timor-Leste aprovou em maio a criação da empresa nacional de gás e petróleo, a TIMORGAP, EP, "com a finalidade de deter e gerir, com um enquadramento e princípios de natureza empresarial, os ativos da propriedade do Estado de Timor-Leste no setor do petróleo, atribuídos por lei".
Nos termos da decisão aprovada, "as atribuições, que eram anteriormente exercidas pelo órgão de administração direta responsável pelo setor do petróleo, no âmbito da Secretaria de Estado dos Recursos Naturais, relativas a atividades de cariz empresarial, são transferidas para a TIMORGAP, EP."
Num discurso proferido hoje na abertura da Feira Internacional de Macau, João Gonçalves realçou que a economia de Timor-Leste "continua impulsionada pelo setor petrolífero, tendo nos últimos anos mantido taxas de crescimento superiores a 10 por cento, que se espera manter no corrente ano e futuros, diversificando-se os fatores de crescimento".
O governo prevê para a costa sul o desenvolvimento de uma "base de fornecimento logístico" em Suai para "atender às necessidades das explorações de petróleo e gás natural no Mar de Timor", uma "planta de liquefação de gás em Beaço-Viqueque para a exploração do projeto Greater Sunrise, cujas negociações sobre a localização do gasoduto ainda estão em curso", e uma refinaria em Betano-Same.
Ao referir que a China, segunda economia mundial, já manifestou o interesse na exploração petrolífera em Timor-Leste, o ministro da Economia e Desenvolvimento garante que o gigante asiático está ainda interessado noutros recursos minerais.
"Felizmente somos um país rico - mas com gente pobre - e temos algumas riquezas já em fase exploratória, o petróleo e o gás, mas também temos recursos minerais como o mármore, manganês, calcário, algum ouro e cobre, prata, granito", apontou.
Relativamente à cooperação com Portugal, o governante salientou a importância do `know-how` luso no que se refere às renováveis, salientando que nesta área "Portugal poderá ajudar imenso" Timor e manifestou o desejo de intensificar a presença de empresários portugueses no seu país.
O ministro reiterou, por outro lado, que Timor-Leste "está a ponderar um possível investimento na Galp Energia e EDP", que está a ser estudado pela Agência de Investimentos, pois o país "continua interessado e desejoso de também ajudar Portugal, que tem apoiado imenso Timor".
"Não há ainda nada decidido, apenas manifestações de interesse, mas será difícil conseguirmos algo antes das eleições [de 2012], penso que depois disso é que serão tomadas as grandes decisões", concluiu.
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