Díli, 21 out (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse hoje que as forças australianas destacadas no país são para sair no final de 2012 e que "agora estão a mais".
"A nossa posição é que depois das eleições não necessitamos mais das forças australianas", afirmou Xanana Gusmão no aeroporto de Díli, após ter chegado de uma viagem oficial ao Sudão do Sul.
O chefe das Forças Armadas australianas, o general David Hurley, disse quarta-feira numa comissão no Senado australiano, que está a avaliar a presença em Timor-Leste depois de 2012.
"Também li no avião que o ministro da Defesa australiano está a pensar numa maior presença de americanos no Mar de Timor e na Austrália, façam isso, não se preocupem connosco", afirmou Xanana Gusmão.
O primeiro-ministro timorense salientou também que os timorenses vão "dar conta do recado" e que não querem mais violência.
"Estão a gastar dinheiro, sem fazer nada, andam por aí e só recebemos manifestações da nossa população porque vão a todos os sítios sagrados e nós somos católicos, mas somos ainda animistas, desrespeitam os sítios", disse o chefe do Governo timorense.
"Antes precisamos e chamamo-los para aqui, agora estão a mais. Numa palavra assim muito simples, muito breve, estão a mais", disse, concluindo que a posição do governo é a de que depois de 2012 já não há mais necessidade de ter forças australianas no país.
A Austrália tem 380 militares em Timor-Leste no âmbito da Forças Internacional de Estabilização (ISF, sigla em inglês).
A ISF é composta por 460 elementos das forças de defesa australianas e da Nova Zelândia.
Aquela força está em Timor-Leste a convite do governo timorense e em apoio da ONU com o objetivo de manter a estabilidade e ajudar ao desenvolvimento do país.
Além do ISF, as forças militares australianas contribuíram também com elementos para a Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT).
A UNMIT é a quinta missão da ONU em Timor-Leste desde 1999.
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