quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Espanha: “VIVEMOS SATISFAÇÃO PELA VITÓRIA DA DEMOCRACIA”, diz Zapatero





JORNAL DE NOTÍCIAS

O primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, considerou que apesar da "contenção a que a história obriga", Espanha pode viver, nesta quinta-feira, "a satisfação pela vitória da democracia, da lei e da razão".

"Com a contenção a que nos obriga a história, vivemos hoje a satisfação pela vitória da democracia, da lei e da razão. Uma satisfação com a memória inesquecível da dor causada por uma violência que nunca deveria ter ocorrido e que não voltará nunca", afirmou.

José Luis Rodríguez Zapatero falava aos jornalistas no Palácio da Moncloa, em Madrid, para onde convocou os jornalistas, de urgência, depois de ser conhecido o conteúdo do comunicado da ETA, em que a organização anuncia o fim definitivo da acção armada.

Numa declaração sem direito a perguntas, Zapatero disse estar "consciente da importância transcendente do anúncio que a ETA tornou público", querendo reafirmar a sua "confiança, e de todos os espanhóis, na democracia, na liberdade e em Espanha".

"Durante muitos anos, durante demasiados anos, sofremos e combatemos o terror. Fizémo-lo até conseguirmos que a razão democrática abrisse caminho de forma definitiva", afirmou.

Um processo possível, destacou, "graças à determinação de acabar com a violência demonstrada por todos e cada um dos governos", sendo de "justiça" recordar o trabalho dos vários ministros do Interior e, especialmente, dos que o acompanharam no Governo.

Zapatero agradeceu também a "acção eficaz dos membros e corpos das força de segurança de estado, da Polícia e da Guarda Civil" bem como da "entrega dos cidadãos, a quem isso muitas vezes custou a própria vida".

O chefe do Governo enalteceu ainda a colaboração com França, com quem disse Espanha tem "uma perpétua dívida de gratidão e solidariedade".

"A amizade com Espanha do presidente Sarkozy foi determinante. Daqui lhe transmito todo o meu reconhecimento, que se estende aos países que durante anos nos deram o seu apoio e solidariedade", disse.

O chefe do Governo quis ainda destacar a "firmeza da sociedade espanhola" e a "referência segura do Estado de direito" que demonstrou hoje "definitivamente e sem condições, triunfar como único modelo possível de convivência".

"A nossa será uma democracia sem terrorismo, mas não uma democracia sem memória, de cada uma das vitimas mortais e das suas famílias, que sofreram o injusto golpe do terror, que nos acompanhará sempre e às futuras gerações de espanhóis", disse.

Zapatero dirigiu ainda uma palavra especial à sociedade basca que "a partir de agora gozará de uma convivência sem medo e intimidação, de convivência em paz".

Para o Governo e parlamento que saia das próximas eleições gerais, a 20 de Novembro, Zapatero disse que lhe corresponde "conduzir esta nova etapa e responder a um compromisso de união".

*Foto em Lusa

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