ANGOLA PRESS
Paris - A família de Muammar Kadhafi estuda processar a OTAN por "crime de guerra" no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia pela morte em Sirte do ex -dirigente líbio, afirmou à AFP o advogado francês Marcel Ceccaldi.
O advogado disse que a morte foi provocada "pelos disparos da OTAN contra o comboio de Muamcar Kadhafi, que depois foi executado".
Depois de escapar de Tripoli no fim de Agosto, Muammar Kadhafi, de 69 anos, que durante 42 anos governou a Líbia com mão de ferro, foi capturado no dia 20 de Outubro perto da cidade de Sirte (360 km ao leste de Tripoli), linchado e morto a tiros em circunstâncias que ainda são confusas.
"O homicídio voluntário está definido como um crime de guerra pelo artigo 8 do estatuto de Roma do TPI", afirmou o advogado.
Ceccaldi não informou quando apresentará exactamente a acção.
"O homicídio de Kadhafi mostra que os Estados membros não tinham a intenção de proteger a população, e sim derrubar o regime", disse.
O processo deve ter como objectos os "órgãos executivos da OTAN que fixaram as condições da intervenção na Líbia", os dirigentes que adoptaram decisões e os chefes de Estado dos países da coalizão internacional que participaram na operação militar", completou o advogado.
"Ou o TPI intervém como jurisdição independente e imparcial, ou não o faz, e neste caso, a força se impõe ao direito", acrescentou Ceccaldi.
Kadhafi foi enterrado na noite de segunda-feira em um local secreto, mas a morte ainda provoca polémicas.
O Conselho Nacional de Transição (CNT) afirma que o antigo líder morreu com um tiro na cabeça durante um tiroteio. Mas testemunhas e vídeos gravados no momento da detenção levantam as suspeitas de uma execução sumária.
Organizações internacionais, incluindo a ONU, pediram uma investigação. O CNT anunciou a formação de uma comissão para investigar o caso.
2 comentários:
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