segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Portugal: Protesto volta hoje a S. Bento e Bolsa de Valores está na mira dos “indignados”




MARIA JOSÉ OLIVEIRA - PÚBLICO

O edifício da Bolsa de Valores de Lisboa poderá ser o próximo destino da contestação dos “indignados” portugueses. Os que continuam em frente do Parlamento agendaram para hoje uma concentração para a mesma hora em que o ministro das Finanças deverá entregar a proposta de Orçamento do Estado aos deputados.

O protesto está marcado para as 17h00 e os organizadores estão já a preparar mais acções de contestação às medidas previstas no Orçamento para 2012. Uma delas é acompanhar as iniciativas realizadas pelo movimento internacional dos “indignados”, que, em Londres, Bruxelas e Nova Iorque, por exemplo, dirigiram os seus protestos para os centros financeiros. A acção na Bolsa ocorrerá ainda antes da manifestação contra as medidas contidas na proposta de Orçamento do Estado para 2012 mas o dia ainda não foi definido pela organização

Um grupo de trabalho está a organizar uma flashmob e será realizada mais uma manifestação no dia da votação do Orçamento do Estado (OE). Pedro Rocha, 36 anos, que esta tarde era um dos dez “indignados” que se mantinha no largo frente à Assembleia, disse ao PÚBLICO que ainda não foi definido o dia do protesto, uma vez que a votação na generalidade será a 3 e 4 de Novembro e a votação final global foi marcada para 29 de Novembro.

Ao princípio da tarde, alguns elementos do corpo de intervenção da PSP começaram a retirar as grades colocadas junto à escadaria e nos acessos laterais ao edifício. Os “indignados” foram chamados a recolher todos os cartazes e faixas pendurados no gradeamento.

Desde o passado sábado que cerca de duas a três dezenas de pessoas estão “acampadas” frente à Assembleia. Esta tarde, era visíveis os sinais desta “acampada”: sacos-cama empilhados, caixotes com alimentos, garrafas de água e caixas para a separação do lixo. Quando o PÚBLICO visitou o local, alguns elementos estavam a varrer o passeio central.

Um dos “indignados” que preferiu não ser identificado adiantou ainda que será solicitada à câmara municipal de Lisboa “um pouco de dignidade” para os acampados: nomeadamente uma casa-de-banho.

Pedro Rocha diz que os”indignados” ficarão acampados no local “o tempo que for necessário”, mas lamenta que “não existam pessoas suficientes” para “ocupar uma casa, um local, um jardim”, tal como estão a fazer os “indignados” espanhóis, por exemplo, que ocuparam o Hotel Madrid. “As pessoas têm medo”, diz, realçando, porém, que muitas pessoas param no local para perguntar sobre acções futuras.

Numa pequena banca improvisada, os “indignados” recolhem contactos para manter as pessoas informadas e continuam a ser acolhidas propostas e opiniões.

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