Moçambique acaba de ganhar um novo estatuto no portefólio de activos petrolíferos da Galp. Representa agora a sua segunda maior descoberta de gás natural, logo a seguir a Tupi, no Brasil.
Em entrevista ao Diário Económico, o presidente da GALP, Manuel Ferreira de Oliveira, revela que acredita que a produção deste novo campo arrancará até ao final da corrente década.
Segundo Oliveira, as descobertas são de enorme dimensão em qualquer parte do mundo. Ele afirmou que em termos quantitativos e comparáveis, o campo Lula-Cernambi é cerca de três vezes maior do que as reservas agora descobertas em Moçambique. “Estamos a falar do equivalente a 2,7 mil milhões de barris em Moçambique, contra 8,3 mil milhões no Lula-Cernambi. Em termos qualitativos, ambos são a demonstração inequívoca de que a aposta a montante, na exploração e produção de petróleo, foi a correcta”, disse.
De acordo com o presidente da GALP, agora vai-se iniciar um trabalho de avaliação mais rigorosa da dimensão das reservas, dos volumes recuperáveis e das melhores soluções técnicas para o seu aproveitamento comercial.
Oliveira revela ainda que o gás natural será mais um motor de crescimento da GALP na área da exploração e produção. “Mas mais importante do que isso é o facto desta descoberta ser numa geografia totalmente nova, o que permite uma diversificação em relação ao Brasil e Angola, e é o prazer que nos dá, enquanto empresa portuguesa, contribuir para o desenvolvimento de Moçambique”, acrescentou.
Os projectos de exploração e produção, tipicamente, demoram cerca de uma década a entrar em produção. Nesta altura a prioridade será avaliar com mais rigor as características dos reservatórios. De seguida entrar-se-á na fase de desenvolvimento dos projectos de engenharia. O consórcio terá todo o interesse em desenvolver este projecto o mais depressa que for possível. Não será demasiado ambicioso projectar o início de produção para o final da presente década.
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