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A iemenita Tawakkul Karman dedicou, esta sexta-feira, o Prémio Nobel da Paz aos militantes da "Primavera Árabe", afirmando ter sido uma honra e surpresa ter recebido esta distinção.
«É uma honra para todos os árabes, muçulmanos e mulheres. Dedico este prémio a todos os militantes da Primavera Árabe», disse esta jovem mulher, um dos ícones do movimento de protesto popular no Iémen à cadeia de informação Al-Arabiya, baseada no Dubai.
«Estou muito honrada. Não estava à espera de receber este prémio e nem sequer sabia que a minha candidatura tinha sido proposta», acrescentou.
Tawakkul Karman, hoje distinguida com o Nobel da Paz, é uma iemenita de 32 anos que se destacou na defesa dos direitos humanos e na liderança dos protestos pacíficos contra o regime de Ali Abdullah Saleh.
Membro do principal partido islâmico do Iémen, Al-Islah, e presidente da organização Mulheres Jornalistas Sem Correntes - um grupo que defende a liberdade de expressão -, Tawakkul Karman desenvolve o seu activismo desde 2007 e é a primeira mulher árabe a receber um Nobel da Paz.
Detida várias vezes pelas forças do regime, esta mãe de três filhos encontrou nas revoltas populares do Egipto (Janeiro) e Tunísia (Fevereiro) novas forças para protestar, liderando as manifestações pacíficas semanais na Universidade de Sanaa desde então.
A liberdade de expressão, a libertação dos presos políticos, os direitos das mulheres e o afastamento do presidente do Iémen têm sido os seus principais objectivos.
Karman tem sido objeto de atenção de países ocidentais pela defesa dos direitos humanos, embora, segundo a revista Time, o partido a que pertence, o Al-Islah, seja visto com fortes reservas pela comunidade internacional porque o seu mais destacado membro é um antigo conselheiro de Osama bin Laden, Abdul Majeed al-Zindani.
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