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Macau, China, 20 out (Lusa) - Timor-Leste pretende abrir escritórios comerciais em Macau, Shenzhen e noutras cidades da China para passar a importar diretamente materiais de construção, disse hoje à agência Lusa o ministro timorense da Economia e Desenvolvimento.
"Estamos a ponderar seriamente a abertura de escritórios comerciais em Macau, Shenzhen e noutras cidades da China, de acordo com as nossas necessidades", afirmou o ministro João Gonçalves à margem da abertura da Feira Internacional de Macau, salientando que o "objetivo é identificar possíveis fornecedores de materiais de construção e pôr os empresários [timorenses] em contacto com os chineses".
Em entrevista à Lusa, o governante explicou que, neste momento, Timor-Leste importa "quase tudo da Indonésia" e "grande parte desse material de construção vem da China", por isso, o objetivo é o país começar a importar diretamente, o que permitirá "poupar alguns dólares".
Ao salientar que o governo timorense "está empenhado no desenvolvimento do país, que está a entrar numa grande fase de construção civil" relacionada com o desenvolvimento de "toda a costa sul com a indústria do petróleo e do gás", João Gonçalves realçou que "tudo isso vai necessitar de bastantes materiais de construção".
O Plano Estratégico de Desenvolvimento de Timor-Leste prevê a construção de uma "base de fornecimento logístico" em Suai, na zona oeste da costa sul, para "atender às necessidades das explorações de petróleo e gás natural no Mar de Timor".
Para a parte leste da mesma costa, está previsto o estabelecimento de uma "planta de liquefação de gás em Beaço-Viqueque para a exploração do projeto Greater Sunrise, cujas negociações sobre a localização do gasoduto ainda estão em curso, e na zona centro refinarias para petroquímicas", acrescentou o ministro.
"Este é um grande plano que envolve a construção de portos, aeroportos, cidades novas e autoestradas para ligação das três áreas", constatou, reiterando que as duas grandes centrais elétricas em construção nas costas norte e sul permitirão "resolver o problema da energia elétrica, pelo menos, nos próximos 50 anos".
Neste contexto, João Gonçalves realçou que "existem contactos que se estão a intensificar entre empresários" timorenses e chineses e "mesmo entre governos", adiantando que a ministra das Finanças "regressará em breve à China" no âmbito do objetivo de Timor-Leste de "explorar também a possibilidade de empréstimos da parte do governo chinês para os grandes projetos de infraestruturas".
Relativamente ao fundo de 1.000 milhões de dólares (733 milhões de euros), anunciado pela China para o reforço da cooperação com os países lusófonos, João Gonçalves explicou que as expetativas de Timor-Leste são que aquele possa vir a financiar algumas necessidades do país, designadamente ao nível das infraestruturas e educação.
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