Fotografia: Francisco Bernardo |
FONSECA BENGUI – JORNAL DE ANGOLA
O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, afirmou ontem, em Luanda, que Angola está aberta e disponível para ajudar Portugal a encontrar soluções para a crise, num espírito de solidariedade e de entreajuda.
Falando durante a conferência de imprensa, no quadro da visita oficial do primeiro-ministro português a Angola, Pedro Passos Coelho, o Chefe de Estado referiu que acompanha com muito interesse a situação que se vive em Portugal.
“É em momentos como este que devemos fazer valer os trunfos de um relacionamento que não se funda apenas em meros interesses circunstanciais, mas que assenta em laços históricos de amizade, cooperação e mesmo de consanguinidade”, sublinhou o Presidente José Eduardo dos Santos.
A colaboração bilateral e também a nível da CPLP, de acordo com o Presidente da República, indica que os dois países defendem “os mesmos valores” e pugnam “por objectivos comuns como paz, desenvolvimento e segurança internacional”, frisou.
Essa colaboração, acrescentou o Presidente da República, ficou patente, entre outras, na acção solidária e comum em Timor-Leste e na Guiné-Bissau. Ainda sobre a Guiné-Bissau, José Eduardo dos Santos informou que a prioridade agora é a assinatura de um memorando de entendimento sobre a reforma dos sectores da defesa e segurança.
José Eduardo dos Santos pediu, por isso, a intervenção de Portugal, que assume este mês a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para encetar diligências em África e noutros continentes de forma a garantir-se o apoio à Guiné-Bissau, para que o memorando seja assinado o mais depressa possível.
A esse propósito, o Chefe de Estado disse que tem encontrado algumas dificuldades junto de alguns países da CEDEAO (Comunidade dos Países da África Ocidental). “A minha intenção é mandar enviados especiais a alguns desses países, sobretudo os mais influentes na região, de forma a pedir que prestem maior atenção a este dossier”, acrescentou o Chefe de Estado.
Parceria estratégica
O Presidente José Eduardo dos Santos referiu também que a escolha de Angola para uma das primeiras visitas oficiais de Pedro Passos Coelho “é uma prova inequívoca de que reconhece e pretende continuar empenhado na materialização da parceria estratégica” existente entre os dois países. “Estou certo, por isso, de que esta visita vá contribuir para aproximar cada vez mais os dois povos e para elevar as nossas relações a novos patamares, através do alargamento a novas áreas de cooperação e do cruzamento de novos investimentos tanto em Angola como em Portugal”, sublinhou.
A presença crescente de cidadãos portugueses em Angola e de angolanos em Portugal, de acordo com José Eduardo dos Santos, e o à vontade com que convivem e se integram num e noutro país, é revelador de quão enriquecedor é esse fluxo, e que pode ser complementado nos dois países. O Presidente da República fez notar que esse fluxo é facilitado agora pelo recente acordo sobre os vistos, que foi tratado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros de Portugal e das Relações Exteriores de Angola.
Como presidente da CPLP, o Chefe de Estado angolano manifestou-se disponível para a expansão da língua portuguesa e para fazer dela uma língua de trabalho das Nações Unidas, além de criar-se as condições para que outros países interessados em aderir à comunidade assim o façam. Tal é o caso da Guiné Equatorial que, referiu José Eduardo dos Santos, “está a dar passos firmes no sentido de cumprir os critérios que foram definidos pela organização”.
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