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Maputo, 25 Nov (Lusa) - O primeiro-ministro moçambicano, Aires Ali, disse quinta-feira no Parlamento que o Governo adiou a atribuição de uma cesta básica às famílias mais pobres das cidades do país, porque os preços dos cereais baixaram no mercado internacional.
O Governo moçambicano tem sido acusado de "desonestidade" em vários círculos sociais no país por não ter iniciado em julho a atribuição de uma verba correspondente ao preço dos produtos alimentares essenciais aos trabalhadores da função pública com salário inferior a 2.500 meticais (71,5 mil euros).
Na sequência do adiamento, o Governo congelou a verba de 335 milhões de meticais (9,5 milhões de euros) aprovada para os encargos com a cesta básica.
A cesta básica era parte de um conjunto de medidas que as autoridades moçambicanas decretaram para aplacar a revolta popular que provocou mortes e destruição de bens a 01 e 02 de setembro do ano passado, contra o elevado custo de vida em Moçambique.
Na sequência do adiamento da cesta básica, a RENAMO, principal partido da oposição em Moçambique, solicitou esclarecimentos do primeiro-ministro, mas a bancada da oposição acabou por abandonar o plenário da Assembleia da República por discordar dos argumentos apresentados por Aires Ali.
Aires Ali afirmou que o Governo recuou na atribuição da cesta básica porque houve uma alteração favorável das circunstâncias que determinaram a aprovação da decisão.
"O subsídio à cesta básica era uma medida de emergência com uma vigência de curto prazo, de julho a dezembro de 2011, que visava atenuar o impacto de eventuais aumentos dos preços dos produtos alimentares básicos sobre a qualidade de vida das camadas mais desfavorecidas", enfatizou o primeiro-ministro moçambicano.
A decisão, explicou Aires Ali, destinava-se a proteger a capacidade de compra e, em especial, assegurar o acesso dos agregados familiares de baixa renda a alimentos básicos, contribuindo para a estabilidade social do país.
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