Trabalhadores marítimos e portuários aderem à greve geral
Os trabalhadores portuários e marítimos vão aderir à greve geral desta quinta-feira, em protesto contra as medidas previstas no Orçamento do Estado, segundo o pré-aviso de greve da Confederação dos Sindicatos Marítimos e Portuários.
"A proposta de OE para 2012 traduz um ataque brutal aos salários e pensões, mesmo daqueles que têm rendimentos muito baixos e agrava de modo inaceitável as desigualdades", lê-se no pré-aviso de greve da estrutura.
A Confederação dos Sindicatos Marítimos e Portuários (FESMARPOR) acrescenta que, no documento, "não são apontados caminhos de esperança para o futuro, mas sim uma acentuada recessão, com aumento do desemprego para níveis insustentáveis e o agravamento da pobreza e da exclusão".
Perante esta situação, a estrutura reivindica "mudanças profundas no OE para 2012, visando uma distribuição equilibrada dos sacrifícios e combater o empobrecimento generalizado dos pensionistas e trabalhadores no ativo a que o mesmo conduz" e contesta a "desregulação laboral que vem sendo apontada, particularmente a nível dos despedimentos, das reduções no subsídio de desemprego e da retribuição das horas extraordinárias".
A greve geral de quinta-feira foi marcada pelas centrais sindicais CGTP e UGT depois de o Governo ter anunciado medidas de austeridade, nomeadamente a suspensão dos subsídios de férias e de Natal na Função Pública, assim como o aumento do tempo de trabalho no sector privado.
Metalúrgicos mobilizam também em romeno e russo
Os trabalhadores da Lisnave estão a ser mobilizados para se juntarem à greve geral através de um "apelo multilingue" dirigido a portugueses, mas também aos imigrantes russos e romenos que trabalham naqueles estaleiros.
Américo Flor, coordenador do sindicato dos metalúrgicos do Sul (Sindsul), adiantou à agência Lusa que os estaleiros navais da Lisnave-Mitrena empregam cerca de 2000 trabalhadores, dos quais mais de uma centena são de nacionalidade russa e romena, pelo que se justifica o apelo em várias línguas.
O sindicalista salientou que o apelo está a surtir efeito: "A informação que temos é que a mobilização está a correr bem. Os trabalhadores estão receptivos porque as medidas que estão a ser tomadas atingem todos, portugueses e estrangeiros".
No comunicado, escrito em três línguas, disponível no site da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas (FIEQUIMETAL), os sindicatos pedem adesão à greve "contra o programa de agressão" e dizem que há "motivos de sobra para aderir em força (...) contra a exploração e o empobrecimento, por um país desenvolvido e soberano, por emprego, salários, direitos e pelos serviços públicos".
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