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Para Aldo Fornazieri, diretor Acadêmico da FESPSP, a Líbia ainda enfrenta alguns desafios que a afastam da democracia A morte do ditador que governou a Líbia por mais de 42 anos, Muammar Kadhafi, abriu um cenário político sem precedentes em um país pouco familiarizado com a democracia.
O fim da ditadura, entretanto, não significa necessariamente o nascimento de um governo democrático. O CNT (Conselho Nacional de Transição) líbio, formado pelos rebeldes que lutaram pela queda de Kadhafi, tomou o poder no país, cujo futuro ainda é incerto. Para o cientista político Aldo Fornazieri, diretor Acadêmico da FESPSP ( Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), o país ainda enfrenta alguns desafios que o distanciam da democracia.
“Acho que a Líbia tem dois grandes problemas. Primeiro, ela tem muitos grupos armados e uma fragmentação tribal. Além disso, ela é ainda muito débil em organizações da sociedade civil”, explica. Para começar a enfrentar esses problemas, Fornazieri estima que o país necessite de uma força militar. “Para que as coisas se estabilizem é preciso construir uma força militar nacional, um exército com capacidade de desarmar os outros grupos, de construir um atrito”.
Dentro do próprio CNT há uma influência cada vez maior de grupos islâmicos. O líder da organização, Mustafa Abdel Jalil, afirmou que a nova constituição será baseada na lei islâmica e o novo primeiro-ministro, o acadêmico Abdel Rahim al-Kib, garantiu que os direitos humanos serão respeitados.
"Nos comprometemos a construir uma Nação que respeite os direitos humanos e que não aceite suas violações, mas precisamos de tempo para isto".
Ainda assim, é difícil prever o que vem pela frente. “Eu acho que, na verdade, não há garantia de democracia nem certeza de nova ditadura. O futuro da Líbia é uma grande incógnita”, opina Fornazieri.
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