EL – FPA - LUSA
Luanda, 24 nov (Lusa) - O porta-voz da polícia nacional de Angola, Carmo Neto, negou hoje que o homicídio de mais um português em Luanda, na terça-feira, represente um aumento da criminalidade contra a comunidade portuguesa no país.
"Este crime enquadra-se na criminalidade comum e não representa uma tendência contra a comunidade portuguesa em Angola", disse o porta-voz em declarações à agência Lusa.
Carmo Neto recordou que está em curso uma campanha de recolha de armas nas mãos de civis, para evitar que sejam usadas para cometer crimes, mas assegurou que essa criminalidade não é dirigida em especial a qualquer comunidade.
A mesma fonte afirmou que as investigações prosseguem e ainda não foram encontrados os autores do crime, que resultou na morte de um português na sua residência em Talatona, Luanda.
Adiantou que o assalto denuncia algum conhecimento do local do crime, porque os assaltantes entraram na casa pela única janela que não estava gradeada.
Os assaltantes, que se deslocaram numa carrinha habitualmente usada como transporte público (candongueiro), terão começado por exigir dinheiro, que o dono da casa afirmou não ter. Pediram depois a chave do automóvel da família e, quando a vítima recusou entregá-la, os assaltantes dispararam à queima-roupa, ferindo-a mortalmente na zona do abdómen. Acabaram por sair levando apenas um móvel da sala, contou o porta-voz da polícia.
Enquanto isto, a mulher e os três filhos da vítima encontravam-se num quatro, onde se refugiaram quando se aperceberam do assalto, afirmou Carmo Neto.
O português, que entrou em Angola em 1998 ao serviço de uma construtora portuguesa, era atualmente empresário por conta própria, gerindo uma empresa de segurança privada.
A casa da família era habitualmente vigiada por dois guardas da empresa, que na terça-feira terão faltado ao serviço.
Questionado sobre o homicídio de um outro empresário português assassinado em Luanda a 06 de novembro, Carmo Neto afirmou que ainda não há desenvolvimentos, continuando em curso as investigações para apanhar os culpados.
Esse empresário foi assassinado com dois tiros no primeiro andar do prédio onde tinha escritório e na altura Carmo Neto afirmou tratar-se de um "crime atípico porque não foram roubados valores".
Atualmente vivem cerca de 120 mil portugueses em Angola, a maior parte dos quais reside na área da capital.
Sem comentários:
Enviar um comentário