A Associação de Médicos de Língua Portuguesa de Macau, com 60 membros, oficializou esta segunda-feira, na Região Administrativa Especial chinesa, a adesão à Comunidade Médica de Língua Portuguesa, representante de cerca de 400 mil profissionais da saúde, avança a agência Lusa.
A adesão foi assinada durante a primeira Conferência Internacional de Medicina Macau/China e Países de Língua Portuguesa, que conta com cerca de 150 participantes e decorre até quarta-feira, a par de um memorando de cooperação entre a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau também com a comunidade de médicos da lusofonia.
"Tudo isto vai beneficiar o treino e a formação médica, permitir a troca de experiências entre as comunidades médicas dos países lusófonos, com cerca de 400 mil médicos", salientou em declarações à agência Lusa o presidente da Associação de Médicos de Língua Portuguesa de Macau, Rui Furtado.
O responsável apontou como principais objectivos da associação que dirige a exploração da sua "função social, desenvolvimento científico de todos os seus membros e cooperação com as associações médicas de todos os países lusófonos no sentido da troca de experiências".
Júlio Barros de Andrade, que assumiu este ano a presidência da Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP), realçou que a adesão da associação de Macau poderá facilitar, enquanto ponte com a China, o reforço da cooperação entre o gigante asiático e os países lusófonos.
"A China tem uma longa tradição de cooperação com os países africanos de língua portuguesa e evidentemente que, dentro de um quadro institucional e multilateral, facilita um pouco", disse.
"Macau servindo de ponte com a China continental, temos condições para evoluir [nessa relação] e para, até certo ponto, ajudar na resolução dos graves problemas que enfrentamos com esta crise económica, que é uma situação preocupante para o nosso serviço nacional de saúde", acrescentou.
Ao constatar que "em Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe há mais dificuldades", Júlio Andrade lembrou que o "grande objectivo" da CMLP é "tentar melhorar e nivelar a qualidade do atendimento na comunidade médica de língua portuguesa", procurando servir de ponte de diálogo entre os vários ministérios da Saúde para promover a entreajuda no espaço lusófono.
A China, indicou, "poderá ajudar na construção de infra-estruturas, formação e tem hoje tecnologia, equipamento hospitalar".
De acordo com Júlio Andrade, a CMLP está agora a apostar no desenvolvimento do centro de formação médica especializada em Cabo Verde, que serve todos os países de língua portuguesa para procurar uniformizar a formação e já iniciou um curso internacional de saúde pública.
"No futuro pensamos lançar outras especialidades, como pediatria, cirurgia, ginecologia, oftalmologia", disse o responsável, apontando outros projectos em curso como a elaboração de um glossário de terminologias médicas para se uniformizar a linguagem no seio do espaço da comunidade médica de língua portuguesa.
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