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Lisboa, 27 nov (Lusa) -- O presidente de Moçambique, Armando Guebuza, disse hoje em Lisboa que o país precisa de profissionais para trabalharem nas explorações de carvão e gás natural e que oferece oportunidades de negócio em várias áreas.
O presidente Guebuza está em Lisboa para participar na primeira Cimeira Luso-Moçambicana, prevista para segunda e terça-feira, durante a qual será reforçada a relação entre os dois países.
Num evento hoje com a comunidade Moçambicana, o chefe de Estado destacou a calorosa saudação com que foi recebido pelas cerca de 500 pessoas (de uma comunidade total de 3600 a viver em Portugal) presentes num hotel em Lisboa para o ouvirem.
"Parece que estou de novo em Moçambique", referiu o presidente, num evento animado por música e dança tradicional e em que foi entoado o hino do país
O discurso centrou-se depois na economia do país africano com 22 milhões de pessoas e sobretudo nas "descobertas recentes de recursos naturais", com destaque para o gás natural e o carvão.
"Um dos grandes desafios que estas descobertas nos colocam tem a ver com a disponibilidade de técnicos moçambicanos para trabalhar nestes empreendimentos. As nossas instituições de ensino superior e mesmo no estrangeiro estão a fazer essa formação mas os números não correspondem à procura. Precisamos de muitos mais técnicos", afirmou o chefe de Estado.
Já esta semana, o presidente da Câmara de Comércio Portugal-Moçambique defendeu, em declarações à Lusa, que Maputo deveria alterar a legislação laboral para facilitar a entrada de trabalhadores portugueses qualificados no mercado de trabalho moçambicano porque o país "tem uma enorme carência de quadros".
Ainda no seu discurso, o presidente Guebuza apelou aos empresários Moçambicanos para olharem para este "nicho de oportunidade" porque há ainda "falta de fornecimento bens e serviços para essas empresas".
O presidente moçambicano disse ainda que a comunidade a viver em Portugal deve fazer "diplomacia informal", ao dar uma "boa imagem" do país e do povo e ao "divulgar as oportunidades de negócio que [Moçambique] oferece em diferentes domínios"
No âmbito da visita a Portugal, Guebuza reúne-se na segunda-feira, ao fim da tarde, no Palácio de Belém, com o seu homólogo português, Aníbal Cavaco Silva, que lhe oferece um jantar.
Para o mesmo dia estão previstas reuniões setoriais entre os ministros moçambicanos e os homólogos portugueses nos respetivos ministérios -- Finanças, Negócios Estrangeiros e Economia.
Durante a permanência da delegação moçambicana em Lisboa, será oficializada a entrada da REN no capital da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, adquirindo metade dos 15 por cento que Portugal ainda detém, segundo disse à Lusa uma fonte ligada ao processo.
A aquisição significa o fim da presença do Estado português numa das maiores barragens de África, construída em 1969.
Na terça-feira, o Presidente moçambicano e comitiva restrita têm pelas 10:30 um encontro, no Palácio das Necessidades, com o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, a que se seguirá a reunião plenária, assinatura de acordos e uma conferência de imprensa conjunta.
Depois de um almoço oferecido por Passos Coelho, Armando Guebuza e comitiva deixam Lisboa pelas 18:30, com destino a Paris.
O chefe de Estado moçambicano será acompanhado na sua deslocação a Portugal pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, da Energia, Salvador Namburete, e das Obras Públicas, Cadmiel Muthemba.
*Foto em Lusa
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