quarta-feira, 23 de novembro de 2011

RAPIDINHAS DO MARTINHO – 65


  Foto dum dinossauro excelentíssimo, Francisco Pinto Balsemão
MARTINHO JÚNIOR, Luanda

UM “GOLPE DE ESTADO” JÁ COM VÁRIAS “LEGISLATURAS” DE LONGEVIDADE!

1 – A evolução da “democracia representativa” à portuguesa é uma prova em si e per si de quanto o capital se tem imiscuído na vida pública nesse “país de brandos costumes”, até chegar ao ponto em que o governo português mingua em relação aos valores nutridos do seu próprio eleitorado e incha nos valores da finança global, instrumentalizada na Europa com o Euro.

Vem isto a propósito dum comentário a um artigo publicado no blog Octopus, sob o título “Golpes de estado na Grécia e na Itália” (http://octopedia.blogspot.com/2011/11/golpes-de-estado-na-grecia-e-na-italia.html?showComment=1321542909529#c5046303507223953423).

O referido artigo faz uma leitura da situação que vai ocorrendo no sul da Europa:

“A banca no poder, ou o poder da banca.

As substituições de Georges Papandreou por Lucas Papademos e de Berlusconi por Mario Monti foram na realidade dois golpes de estado de um novo género, sem tiros, sem sangue, orquestrados pelos mercados financeiros.

O método é simples: criar uma enorme pressão sobre as taxas de juros das dívidas dos países visados, o que desencadeia uma enorme instabilidade política e por fim, apresentar um tecnocrata para tomar conta dos destinos do país.

Estes golpes de estado não são perpetrados por um grupo político ou pelas forças armadas. As mudanças de chefias políticas são apresentadas como uma necessidade em consequência da engrenagem da desconfiança dos mercados sobre a capacidade de certos países em pagas as dívidas.

Ultrapassando as instâncias democráticas dos respectivos países, são então instalados no poder pessoas ligadas aos grandes grupos financeiros mundiais. Mario Monti está ligado ao Goldman Sachs, assim como Mario Draghi recentemente eleito presidente do Banco Central Europeu. Lucas Papademos foi governador do Banco da Grécia durante a falsificação da dívida grega pelo Golman Sachs. Todos são membros da Comissão Trilateral ou do clube de Bilderberg.

Actualmente, os lugares-chave do poder na Europa estão nas mãos do Goldman Sachs. Como chegaram a esses cargos? Com que meios e com que fim? Salvar os Estados Unidos à custa dos europeus?

E Portugal?

Em Portugal, daqui por umas semanas ou meses, pode muito bem vir a acontecer o mesmo. Perante a fraca liderança de Passos Coelho e a fraca alternativa política de António José Seguro, e com o crescente agravamento da crise financeira portuguesa, pode vir a ser imposto a Portugal um homem de confiança da banca.

Esse homem poderá ser António Borges. Tem todos os requisitos: para além de ter sido vice-governador do Banco de Portugal, é actualmente director do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional e sobretudo foi vice-presidente do Conselho de Administração do Banco Goldman Sachs International em Londres, entre 2000 e 2008.

António Borges* é membro do clube de Bilderberg, tendo participado nas reuniões de 1997 e de 2002. Também é membro da Comissão Trilateral. *(Ver nota da redação em rodapé)

Curiosamente, ou não, decorre neste momento, de 11 a 13 de novembro, a reunião anual da Trilateral para Zona Europeia, é Haia na Holanda”…

2 – Não resisti à tentação de fazer um curto comentário:

“DISTRAÍDOS!!!

Acho que em Portugal andam muito distraídos, pelo menos de há vários anos a esta parte.

O Representante de Portugal no BILDERBERG, Francisco Pinto Balsemão, é "o homem" que tem estado por dentro dos golpes de estado em Portugal, os visíveis e os outros...

É só fazer a leitura do significado das filtragens de "inteligência" nos "serviços" da SIC, ou no Expresso!”…

Desde os tempos em que foi deputado na Assembleia do fascismo e do colonialismo, quando sua intervenção vestia o disfarce de “ala liberal”, que assim tem sido.

O engenho e a arte de Francisco Pinto Balsemão, como competente profissional da informação e mentor da “escola” da conveniência da hegemonia, tem feito o resto ao longo de décadas!

2 – É evidente que o trabalho de domínio cada vez mais acentuado sobre os media em Portugal, a escolha paciente e criteriosa dos temas de maior difusão e os de menos, a relevância que tem sido dado a determinados conteúdos em prejuízo de outros, os critérios seguidos na formulação desses conteúdos, as mensagens que são provenientes do enredo das opiniões, conferem a Francisco Pinto Balsemão uma capacidade de intervenção de tal ordem, que o podemos apontar como um elemento reitor e chave, na formulação da opinião pública em Portugal, ao serviço do capital financeiro global (europeu incluído).

Esse facto tem vindo a ocorrer de forma pertinaz, paciente, metódica, organizada, constante, não se limitando aos períodos eleitorais, adequando-se a um tipo de mentalidade média que advém dum passado em que Portugal, há 500 anos, se havia constituído império aproveitando os restos de feudalismo “cristão e ocidental”…

A “lavagem cerebral” a que, na continuidade, têm sido submetidos os portugueses e o eleitorado, tem-se realizado de tal maneira que a “doutrina de choque” que está agora a ser implementada com tanto vigor, tacto diplomático (até os rostos dos intervenientes parecem ser bem escolhidos, “conseguidos”) e de forma “laboratorialmente controlada”, constitui um “pré anúncio” do “golpe político”, pois o golpe económico, financeiro e mediático já foi feito!

3 – Ficar o actual Ministro das Finanças, um excelente ideólogo para os fins em vista, ou outro qualquer, à frente do governo de Portugal, é indiferente, pois o reitor do Bilderberg dá garantias a toda a prova da longevidade das pretensões e da catapulta que elas têm para “formular o salto”!

O rosto meio imberbe de Passos Coelho, a diplomacia do gesto, do comportamento e da atitude, num momento em que o choque cai sobre a cabeça de milhões de portugueses, muitos deles seus eleitores, parece-me ainda, eficaz… logo adiante se verá!...

As greves podem paralisar Portugal, podem até pôr em causa e em cheque o governo de turno, mas o Bilderberg manter-se-á actuante e “livre” dessas contingências: não há mal algum que lhe venha!

4 – Convém recordar as listas das presenças da Grécia e da Itália, na última reunião do Grupo Bilderberg realizada este ano (o Bilderberg promove reuniões anuais), pelo que elas têm de sintomático:

« Grèce[modifier]

George. A. David, Chairman, Coca-Cola H.B.C. S.A.
Gikas. A. Hardouvelis, Chief Economist and Head of Research, Eurobank EFG
George Papaconstantinou, ministre des Finances
Loukas Tsoukalis, président, ELIAMEP Grisons

(…)

Italie[modifier]

Franco Bernabè, CEO, Telecom lia SpA
John Elkann, Chairman, Fiat S.p.A.
Mario Monti, président, Univers Commerciale Luigi Bocconi
Paolo Scaroni, CEO, Eni S.p.A.
Giulio Tremonti, Giulio. Minister of Economy and Finance »

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