terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Angola – UNITA: “PALAVRA DE ORDEM É MUDANÇA” – Isaías Samakuva



EL - LUSA

Viana, Angola, 13 dez (Lusa) - O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, defendeu hoje em Luanda, na abertura dos trabalhos do congresso do partido, que "a palavra de ordem é mudança" num discurso em que apelou ainda à unidade interna para as eleições gerais de 2012.

"A palavra de ordem é mudança. Uma mudança que preserve as coisas boas e altere o que está errado", disse Isaías Samakuva, que intervinha no XI Congresso Ordinário da UNITA, que decorrerá até sexta-feira em Viana, arredores de Luanda.

Para Isaías Samakuva, o lema a seguir pela "grande família UNITA" deve ser "unir Angola para a Mudança em 2012", porque, continuou, "o desejo de mudança, profundamente sentido, e em constante crescimento, já ultrapassou a grande família da UNITA".

"Costumo mesmo dizer que este desejo de mudança está disperso por todos os segmentos em que se divide a sociedade angolana, tendo adquirido tal grau de consistência, que não mais se subordina a ideologias, doutrinas, preferências partidárias ou lideranças políticas", acrescentou.

Sendo a mudança, na sua ótica, um "imperativo nacional histórico e social", Samakuva questiona sobre o que mudar, como, com quem e em benefício de quantos.

"Defendemos uma mudança com grandeza moral, sem revanchismos nem tibiezas, que preserve o que funciona bem e respeite a construção e os construtores. Uma mudança na harmonia e na reconciliação. Uma mudança com todos, operada por muitos e para o benefício de todos", explicou.

Quanto às eleições de 2012, o líder da UNITA destacou a necessidade do partido estar preparado para governar, e para tal importa garantir a unidade interna.

Isaías Samakuva, que volta a recandidatar-se ao cargo de presidente do partido, eleição marcada para a manhã de sexta-feira e em que tem como adversário o militante José Pedro Cachiungo, considerou que "a UNITA deve-se unir".

"A unidade começa em casa", frisou, apresentando como proposta ao congresso a recuperação de um órgão não estatutário, o governo-sombra.

"O desenvolvimento social requer que o objeto efetivo da governação e das políticas públicas seja um só: o cidadão. Nesta base, as políticas públicas que deveremos promover através do governo-sombra terão de refletir as nossas palavras de ordem "o Homem é o nosso ponto de partida e o nosso ponto de chegada!" e "Primeiro o angolano, segundo o angolano, terceiro o angolano, o angolano sempre!", salientou.

Isaías Samakuva interveio perante os mais de mil delegados e convidados, entre os quais representantes de todas as estruturas partidárias com representação parlamentar, incluindo o partido maioritário MPLA.

No final, o seu adversário no congresso de há quatro anos, Abel Chivukuvuku, escusou-se a comentar a intervenção de Samakuva, reservando uma posição para sexta-feira.

Com o horizonte das eleições de 2012, a UNITA vai tentar inverter a tendência ditada pelo anterior escrutínio, em 2008, quando averbou uma pesada derrota perante o MPLA, elegendo apenas 16 dos 70 deputados que dispunha na oposição, no anterior do hemiciclo.

A reunião magna do partido do "Galo Negro" decorre sob o lema "Unir para a Mudança em 2012", e as sessões de quarta e quinta-feira decorrerão à porta fechada.

Os jornalistas voltarão a poder acompanhar os trabalhos na sexta-feira de manhã, com a eleição dos órgãos de direção, incluindo a do presidente do partido.

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