Público, com agências
A polícia está a tentar perceber os motivos que levaram um homem de 33 anos a matar ontem quatro pessoas no centro da cidade belga de Liège, antes de se suicidar. Já hoje foi detectada mais uma vítima mortal, uma mulher de 45 anos, cujo cadáver foi encontrado num hangar pertencente ao atacante.
Ao final do dia de ontem o ataque tinha reclamado a vida de três transeuntes - dois adolescentes e uma idosa - mas durante a noite acabou por morrer uma criança de 17 meses que estava em estado crítico.
Hoje de manhã foi conhecida a notícia de mais uma vítima. Depois das autoridades entrarem em casa do atacante descobriram o corpo de uma mulher de 45 anos num hangar adjacente à casa e pertencente ao indivíduo. Foi morta com um tiro na cabeça ontem de manhã. Sabe-se igualmente que a mulher fazia a limpeza ao local.
Um total de 125 pessoas sofreram ferimentos neste ataque que abalou a cidade de Liège, a cerca de 100 quilómetros a leste de Bruxelas. Destes 125 feridos, cinco estão em estado crítico.
O atacante foi prontamente identificado como Nordine Amrani, habitante de Liège originário de Marrocos. O homem tinha sido condenado em 2008 pelo tribunal local a 58 meses de prisão efectiva por posse de armas e cultivo de cannabis mas encontrava-se actualmente em liberdade condicional. A procuradora do rei, Danielle Reynders, confirmou, porém, que o sujeito deveria apresentar-se ontem de manhã à polícia, não adiantando mais pormenores sobre o caso.
O ataque ocorreu a poucos metros da Praça de Saint-Lambert, mesmo no centro de Liège (cem quilómetros a leste de Bruxelas), um local muito movimentado à hora do ataque, até porque lá foi instalada uma feira de Natal. De acordo com o jornal local La Meuse-Liège, o homem subiu para um telhado e começou a disparar e a lançar explosivos - do tipo thunderflash - contra uma paragem de autocarro e contra a multidão em torno da praça, matando-se de seguida.
Apesar de inicialmente se ter pensado tratar-se de um ataque levado a cabo por três indivíduos, essa informação foi desmentida à AFP pelo centro federal belga para as emergências. As autoridades também se apressaram a negar a existência de um atentado terrorista. Esta informação foi reforçada pela ministra do Interior, Joëlle Milquet. A governante declarou-se "profundamente chocada com a brutalidade dos factos" e exprimiu toda a sua "compaixão pelos feridos".
O recém-empossado primeiro-ministro belga, Elio Di Rupo, deslocou-se ontem a Liège - acompanhado de Joëlle Milquet - e disse ter seguido com "terror" o desenrolar dos acontecimentos.
Hoje de manhã a Praça de Saint-Lambert regressou à normalidade, embora ainda sejam visíveis alguns vestígios do ataque, nomeadamente marcas de balas, vidros partidos e manchas de sangue.
A cidade observa hoje um minuto de silêncio ao meio-dia, em homenagem às vítimas do ataque que emocionou o país.
As autoridades centram-se agora em tentar perceber o que motivou o ataque. “Em nenhum momento, nos procedimentos judiciais movidos contra o indivíduo, houve sinais de falta de doença mental”, disse aos repórteres a procuradora pública de Liège, Daniele Reynders.
*Foto em Deutsche Welle
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