CARTA MAIOR
Votação inédita realizada neste domingo (11) leva 3,6 milhões de paraenses às urnas. Criação dos estados de Carajás e Tapajós é reprovada por dois de cada três eleitores. Na reta final da campanha, governador tucano abandona neutralidade, prega voto contra divisão, mas reconhece que 'ausência do Estado' alimenta sentimento separatista.
BRASÍLIA – Em um plebiscito inédito no Brasil, a população do Pará rejeitou neste domingo (11) a proposta de dividir o estado em três, criando-se duas novas unidades, Carajás e Tapajós. Com a ida às urnas de 74% dos 4,8 milhões de eleitores paraenses, a votação barrou a separação com dois de cada três votos computados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A apuração foi concluída por volta da 0h40 da manhã desta segunda (12). Os 3.601.849 de eleitores que participaram do plebiscito votaram duas vezes, uma sobre cada estado. No caso de Tapajós, foram 2.344.654 votos contrários (66%) e 1.203.574 favoráveis (33%) - brancos e nulos somaram 1,45%. Resultado muito parecido no caso de Carajás, em que houve 2.363.561 votos “não” (66%), 1.185.546, “sim” (33%) e 1,45% de brancos e nulos.
Embora tenha mantido neutro na maior parte do tempo, na reta final da campanha o governador Simão Jatene (PSDB) posicionou-se publicamente contra a divisão. E, em entrevista coletiva depois da apuração, disse ter ficado satisfeito com o resultado.
Para ele, o separatismo, apesar de derrotado, encontra eco em parte da sociedade por culpa do Estado. “Existe sim uma distância e ausência, uma insuficiência do Estado brasileiro para com essas populações, o que está equivocado é o caminho [para resolver isso]."
Segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econônica Aplicada (Ipea), a criação de Carajás e Tapajós implicaria gasto público extra de cerca de R$ 2 bilhões por ano. OS defensores da separação diziam que isso seria compensado ao menos em parte com o aumento dos repasses federais referentes ao Fundo de Participação dos Estados (FPE).
O Ipea também estimou que, do ponto de vista político, o PT, entre os grandes partidos, seria o principal prejudicado com a divisão, já que possui políticos com votação mais espalhada pelo território paraense, o segundo maior do país. PSDB e PMDB, outros dois grandes partidos no Pará, perderiam menos.
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A apuração foi concluída por volta da 0h40 da manhã desta segunda (12). Os 3.601.849 de eleitores que participaram do plebiscito votaram duas vezes, uma sobre cada estado. No caso de Tapajós, foram 2.344.654 votos contrários (66%) e 1.203.574 favoráveis (33%) - brancos e nulos somaram 1,45%. Resultado muito parecido no caso de Carajás, em que houve 2.363.561 votos “não” (66%), 1.185.546, “sim” (33%) e 1,45% de brancos e nulos.
Embora tenha mantido neutro na maior parte do tempo, na reta final da campanha o governador Simão Jatene (PSDB) posicionou-se publicamente contra a divisão. E, em entrevista coletiva depois da apuração, disse ter ficado satisfeito com o resultado.
Para ele, o separatismo, apesar de derrotado, encontra eco em parte da sociedade por culpa do Estado. “Existe sim uma distância e ausência, uma insuficiência do Estado brasileiro para com essas populações, o que está equivocado é o caminho [para resolver isso]."
Segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econônica Aplicada (Ipea), a criação de Carajás e Tapajós implicaria gasto público extra de cerca de R$ 2 bilhões por ano. OS defensores da separação diziam que isso seria compensado ao menos em parte com o aumento dos repasses federais referentes ao Fundo de Participação dos Estados (FPE).
O Ipea também estimou que, do ponto de vista político, o PT, entre os grandes partidos, seria o principal prejudicado com a divisão, já que possui políticos com votação mais espalhada pelo território paraense, o segundo maior do país. PSDB e PMDB, outros dois grandes partidos no Pará, perderiam menos.
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