ANGOLA PRESS
Praia - Cabo Verde quer apoiar o desenvolvimento da Agricultura na África Ocidental e no Sahel, através do investimento na qualidade, nas novas tecnologias de produção agrícola e da conquista de mercados, para garantir a segurança alimentar na região, noticia hoje (quinta-feira) a LUSA.
O repto foi lançado hoje pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, na abertura da 27.ª Reunião Anual da Rede de Prevenção de Crises Alimentares no Sahel e na África Ocidental, que reúne, até sábado, na Cidade da Praia, mais de uma centena de representantes de 18 países da região.
"Temos de preparar o futuro e de mudar profundamente a nossa agricultura, investir fortemente nas indústrias agro-alimentares, na transformação dos nossos produtos agrícolas, na conquista de novos mercados e na melhoria da qualidade dos nossos produtos para fazermos face à crise que o mundo vive neste momento", disse.
José Maria Neves, ao resumir a intervenção na abertura da reunião, disse aos jornalistas que África, e em particular a África Ocidental, tem "oportunidades" no sector e que o caminho do desenvolvimento "não está vedado".
"Nós oeste-africanos é que temos de abrir e de fazer este caminho e não nos podemos resignar com a crise e com falta de chuva. Não podemos deixar de agir para a criação de uma nova agricultura, na linha de que Cabo Verde já faz", acrescentou.
O chefe do executivo cabo-verdiano aludia às mais de dezena e meia de barragens que vão ser construídas por todo o arquipélago, algumas já em fase de construção, que, disse, vão permitir mobilizar milhões de metros cúbicos de água e mudar "consideravelmente" a produção agrícola no arquipélago.
"Não só com as barragens e reservatórios, mas também com novas tecnologias de rega, como o de gota a gota, e novas tecnologias de produção agrícola", sustentou.
Informou que as vertentes paralelas da indústria agro-alimentar e do agro-negócio, garantindo que a Agricultura possa também entrar no circuito turístico cabo-verdiano.
Sobre a situação na sub-região saheliana e oeste-africana, José Maria Neves disse-se "preocupado", mas sublinhou que a reunião da Cidade da Praia "demonstra" que a questão está a ser analisada e que poderá sair um plano de acção para enfrentar uma eventual crise alimentar mais forte.
Na reunião, além da Rede de Prevenção de Crises Alimentares (RPCA) do Comité do Sahel e da África Ocidental (CSAO), estão presentes dezenas de organizações sub-regionais, que discutirão a situação alimentar e nutricional e estratégias de armazenamento de produtos alimentares.
O desafio da transformação agroalimentar, que passa pela criação de estratégias políticas comuns, é outro dos temas da reunião, que termina sábado com a presença da ministra do Desenvolvimento Rural cabo-verdiana, Eva Ortet.
*Foto em Lusa
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