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Cidade da Praia, 05 dez (Lusa) - Cabo Verde quer ser o país coordenador da exportação de conhecimentos na área das energias renováveis na África Ocidental, disse hoje na Cidade da Praia o ministro das Relações Exteriores cabo-verdiano.
Jorge Borges discursava na cerimónia de abertura do Fórum do Clube Sahel e da África Ocidental (CSLO), dedicado aos desafios das energias renováveis no contexto da cooperação Sul/Sul, particularmente com o Brasil, e que decorre durante dois dias na capital cabo-verdiana.
"Cabo Verde dispõe de importantes potencialidades nas energias renováveis, cuja exploração poderá permitir-lhe resolver, não somente uma parte importante da sua enorme necessidade energética, mas também encorajar e transmitir isso mesmo aos outros Estados membros da nossa comunidade regional", alegou.
"Não restam dúvidas de que Cabo Verde goza de boas condições naturais para o aproveitamento das energias renováveis. Tem um regime de vento com uma velocidade média considerável e durante quase todo o ano, o que melhora ainda mais a eficiência dos aerogeradores", exemplificou o ministro.
O chefe da diplomacia cabo-verdiana, citado pela Inforpress, salientou que Cabo Verde tem uma visão estratégica e que está ciente das suas potencialidades e da importância das energias limpas e baratas na agenda de transformação socioeconómica.
"É na busca do diálogo e da integração das informações que melhor se pode vislumbrar novos caminhos que permitam o desenvolvimento e soluções coletivas, razão pela qual aceitou ser o país anfitrião da sede do Centro Regional para as Energias Renováveis e Eficiência Energética (CREREE) na África Ocidental", frisou.
Jorge Borges lembrou que o Governo cabo-verdiano mantém o seu empenho em transformar-se num centro de conhecimentos e produção de energias renováveis e de eficiência energética entre os países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Cabo Verde tem como meta atingir, até 2020, 50 por cento de toda a produção de energia através de fontes limpas, esperando-se que, até ao fim de 2012, possa atingir já 25 por cento.
Jorge Borges defendeu também a importação de ideias e conhecimentos de outros países emergentes com mais experiência, entre os quais o Brasil, considerado "campeão" na área das energias renováveis nos vários segmentos.
"Enquanto país familiarizado com os desafios de desenvolvimento que os países africanos enfrentam, o Brasil reúne, por isso, condições para partilhar estratégias de boas práticas e soluções baseadas nas suas próprias experiências", advogou Jorge Borges, salientando tratar-se de um "parceiro importante" para a sub-região.
O Fórum Clube do Sahel e da África Ocidental é realizado pelo respetivo secretariado, em colaboração com o CREREE, e com o apoio do Governo cabo-verdiano.
A reunião surge na sequência da Cimeira Brasil/CEDEAO, realizada em julho de 2010 na ilha cabo-verdiana do Sal, e reúne, além dos seus membros, os setores público e privado, sociedade civil, parceiros de desenvolvimento e "media", para discutir a questão prioritária para o desenvolvimento do Sahel e da África Ocidental.
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