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O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, chegou hoje, sob fortes medidas de segurança, à sede do Ministério da Defesa para uma reunião com o Governo guineense, na sequência de conflitos entre militares.
Indjai vai reunir-se com os ministros da Defesa Nacional, Baciro Djá, da Educação, Artur Silva, e do Interior, Fernando Gomes.
O chefe militar chegou vestido à civil e acompanhado de cerca de 50 militares armados com kalashnikov e lança-rockets.
Entretanto, a rua que dá acesso à casa do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, em Bissau, está cortada ao trânsito há cerca de uma hora e a segurança da zona foi reforçada com polícias e militares.
O paradeiro do chefe do Governo é desconhecido, havendo, no entanto, informações não confirmadas de que poderá estar refugiado na embaixada de Angola em Bissau.
As instalações da embaixada ficam em frente à casa do primeiro-ministro.
Um dirigente do Movimento da Sociedade Civil da Guiné-Bissau, Luís Vaz Martins, denunciou hoje a ocorrência de "movimentações militares anormais" nalguns quartéis do país o que disse tratar-se de "mais uma insubordinação dos militares" ao poder civil.
António Indjai disse, através de um porta-voz, que falava ao país "logo que seja possível" para explicar o que se está a passar.
Por seu lado, o chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto, convocou os jornalistas para lhes dizer não tem nada a ver com as movimentações militares no país.
"O meu nome sempre é associado a confusão. Mas, posso dizer ao país que não tenho nada a ver com o que se estará a passar. Foi o próprio chefe do Estado-Maior (António Indjai) que me ligou, esta manhã, a perguntar se seriam os meus homens que tentaram atacar o paiol, ao que lhe respondi que não são os meus homens e não tenho nada a ver com tudo isso", disse Bubo Na Tchuto.
As conversas nas ruas de Bissau, sobretudo entre os jovens, vão no sentido de condenação de "mais esta situação lamentável", com todos a lembrarem do levantamento militar ocorrido no dia 01 de abril de 2010.
Na altura, um grupo de militares, liderados pelo agora chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, António Indjai, e o agora chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto, destituiu o então chefe do Estado-Maior, Zamora Induta, tendo também detido, por algumas horas, o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
António Indjai era na altura vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e Na Tchuto estava refugiado na sede das Nações Unidas depois de regressar ao país oriundo da Gâmbia, para onde havia fugido por ter sido acusado de tentativa de golpe de Estado.
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