O Ministério da Saúde da China estima que o número de mortes em decorrência de Sida neste ano no país chegue a 28 mil, uma redução aproximada de 60% em relação à quantidade registada em 2010, indica um relatório publicado pelo organismo na véspera do Dia Internacional de Luta Contra a Sida.
O relatório, que contou com a participação de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Unaids, também contabilizou um aumento de 48 mil casos de portadores do vírus HIV, elevando o total de seropositivos para 780 mil, entre eles 154 mil que desenvolveram a doença.
Estes números oficiais, no entanto, são colocados em dúvida por algumas ONGs, que suspeitam que o verdadeiro número de afectados pelo HIV/Sida na China possa ser de vários milhões, devido ao desconhecimento da doença e do vírus.
O Ministério da Saúde chinês reconhece que o HIV continua a ser um problema “moderadamente prevalente na China” e admite a gravidade do caso, assinalando que o número de seropositivos no país equivale a um quinto do total no mundo. “Muitos seropositivos desenvolverão a doença no futuro, o que terá um impacto na economia e na sociedade do país”, afirma o Ministério.
Segundo o Centro Chinês para o Controlo e Prevenção de Doenças, citado na quarta-feira pela agência de notícias Xinhua, a transmissão sexual do vírus tornou-se a forma mais frequente de infecção, enquanto, nos anos 1990, as transfusões de sangue eram a principal causa de contágio. A entidade alerta que os homossexuais continuam a ser um grupo de alto risco.
A China registou seu primeiro caso de Sida em 1985, mas durante décadas o governo comunista considerou-a uma doença “só de estrangeiros”. O tema tornou-se tabu no país, o que provocou o aumento das infecções, especialmente em negócios clandestinos de compra e venda de sangue sem as medidas sanitárias adequadas.
Na última década, no entanto, Pequim manifestou uma mudança significativa de atitude em relação à doença, sobretudo com campanhas de consciencialização para prevenção e contra a discriminação a seropositivos, que durante anos foram marginalizados na sociedade chinesa.
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