quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Clima - COP-17: CHINA ACEITA CORTAR EMISSÕES DE CARBONO E PÕE EUA EM CHEQUE


O chefe da delegação chinesa na COP-17, Zenhua Xie, surpreendeu comunidade internacional anunciando corte das emissões de carbono em 2020

CORREIO DO BRASIL, com Vermelho - de Xangai

A China colocou as cartas na mesa: aceita cortar suas emissões de carbono a partir de 2020, mas impõe condições aos países desenvolvidos, como os EUA, de estabelecerem metas de reduções substanciais de suas emissões de gases de efeito estufa e assumirem suas responsabilidades históricas durante seu processo de industrialização. A declaração foi dada na 17º Cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudança Climática (COP-17), em Durban, África do Sul.

O anfitrião Jacob Zuma, presidente da África do Sul, faz coro com a China, apontando a necessidade dos países desenvolvidos assumirem seus papéis correspondentes, como os maiores poluidores do planeta, e promoverem soluções para as negociações durante a conferência. “Há que tomar uma decisão aqui”, enfatizou Zuma.

O líder africano foi ainda mais além, ao afirmar que os países em desenvolvimento devem receber uma compensação pelos danos e que os subdesenvolvidos “precisam de um tempo para se desenvolver e eliminar a pobreza”.

Sobre as negociações em torno do segundo período do Protocolo de Kyoto, essencial para a redução de emissões de poluentes, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pdiu comprometimento dos países para criarem as condições para que isto ocorra. “Países chave como a China já estão tomando atitudes positivas”, ressaltou.

Condições chinesas

O chefe da delegação chinesa, Zenhua Xie, causou grande surpresa com o anuncio do corte das emissões de carbono, após 2020. Xie impõe, entretanto, cinco condições para tal. A primeira de que o tratado a ser aprovado inclua a cooperação internacional no combate às mudanças climáticas, e que sejam levadas em conta as resoluções da Indonésia, que decidiu que na segunda fase do Protocolo de Kyoto os países desenvolvidos devem ter metas consistentes de reduções de suas emissões de gases de efeito estufa.

A segunda, que os países desenvolvidos assumam suas responsabilidades históricas pelos 200 anos de emissões de gases de feito estufa durante seus processos de industrialização. Ele também exige uma relação balanceada entre o combate às mudanças climáticas e o desenvolvimento econômico.

A quarta exigência é de que as mitigações (redução das emissões) e as adaptações (medidas adotadas para combater os efeitos das mudanças climáticas) tenham tratamento igual. Por fim, que a ONU lidere o processo para a adoção de mecanismos de decisão que assegurem a unanimidade, através das consultas.

–Tal posicionamento colocou o imperialismo norte-americano na defensiva. Todd Stern, chefe da delegação norte-americana, afirmou que os compromissos que a China diz estar disposta a assumir não são “os mesmos compromissos sobre os quais estamos discutindo”. E outro representante dos EUA tentou enfraquecer a declaração, afirmando “não ter visto nada de importante na posição anunciada pela China”–, observou Aldo Arantes, secretário de Meio Ambiente do PCdoB, que acompanha as discussões em Durban.

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