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Berlim, 12 dez (Lusa) - O "Movimento para A Defesa do Ensino de Português" acaba de ser lançado na Alemanha com o objetivo de lutar contra a falta de professores da língua materna nesta país de acolhimento, mobilizando os pais e restante comunidade.
"Receamos que a Alemanha venha a ser atingida pelas reduções de professores na rede de ensino no estrangeiro anunciadas pelo Instituto Camões", disse à Lusa Rui Paz, um dos promotores da iniciativa.
Recentemente, o Instituto Camões anunciou que iria reduzir, até janeiro, 50 postos de trabalho de professores da rede no estrangeiro, sobretudo em França (20), Suíça (20) e Espanha (9).
Apesar de a medida não afetar a rede na Alemanha, o novo movimento está convencido de que "isso será apenas uma questão de tempo, porque o Instituto Camões já disse aos sindicatos que a supressão dos 50 postos foi apenas o começo", acrescentou Rui Paz.
O ex-membro do Conselho Mundial das Comunidades Portuguesas, onde era responsável pelo pelouro do ensino, acrescentou que no Estado federado de Baden-Wuerttemberg "há atualmente centenas de crianças sem aulas de Português, porque as professoras de licença de maternidade não foram substituídas".
Em comunicado, o movimento pela defesa do ensino de Português na Alemanha lembra que, em 2007, a rede de ensino no estrangeiro tinha em toda a Europa 598 professores, em 2011 passou a ter 517 e em 2012 quedar-se-á pelos 468.
Na Alemanha há 54 professores a cargo do Estado português, e nas áreas consulares de Frankfurt e Dusseldorf existem mais alguns professores contratados pelas autoridades alemãs.
"De um sistema de ensino que funciona bem, agora pouco resta", diz o comunicado do novo movimento enviado à Lusa, que critica o Instituto Camões por ter passado a exigir um maior número de alunos por professor, por exemplo.
"Receamos que, a partir do próximo ano, muitos pais já não encontrem professores quando forem levar as crianças às aulas de Português, porque o governo está a fazer as coisas pela calada", acrescentou Rui Paz.
"Por isso, queremos pôr a comunidade de sobreaviso, e estender a ação de protesto a toda a Alemanha", explicou.
O grupo dinamizador do "Movimento para A Defesa do Ensino de Português" é assinado, além de Rui Paz, pelos cinco conselheiros das comunidades eleitos na Alemanha, por dirigentes associativos, empresários e professores.
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