Luciana Taddeo, Buenos Aires – Opera Mundi
Primeira mulher reeleita presidente da Argentina terá o controle da inflação como principal desafio
A presidente Cristina Kirchner, reeleita em outubro com 54% dos votos, assume neste sábado (10/12) seu segundo mandato na Argentina. Em luto deste a morte de seu marido e antecessor Néstor Kirchner, no ano passado, a peronista de 58 anos será a primeira mulher da história a tomar posse pela segunda vez como presidente democraticamente eleita.
Entre os principais desafios da presidente para os próximos quatro anos, está o controle da inflação, que ronda os 20% anuais, de acordo com medições de institutos privados argentinos, e o fortalecimento do mercado interno e da indústria, para blindar o país dos efeitos da crise mundial que assola os Estados Unidos e a União Européia.
Na última quarta-feira (07/12), Cristina afirmou que “nada, nem ninguém” fará que seu governo mude o rumo iniciado em 2003, quando Néstor Kirchner chegou à Casa Rosada. De fato, a Argentina anunciou poucas mudanças em seu gabinete, entre as quais se destacam a designação do novo chefe da casa Civil, Juan Abal Medina, ex-secretário de Comunicação, e do ministro de Economia, Hernán Lorenzino, ex-secretário de Finanças.
Entre as atividades programadas para a cerimônia de posse estão o juramento e discurso de Cristina Kirchner e de seu vice-presidente, Amado Boudou (ex-ministro de Economia) na Assembléia Nacional e cumprimentos às delegações estrangeiras na Casa Rosada, com os ministros do novo gabinete.
Palcos foram montados em frente à sede do governo para um festival, que contará com a participação de bandas locais. No início da manhã deste sábado, militantes kirchneristas já se dirigiam à Praça de Maio, local de concentração das comemorações do início do segundo período presidencial da peronista.
Chefes de Estado
Dilma Rousseff desembarcou às 20h30 desta sexta-feira (09/12) no país para acompanhar a cerimônia de posse de sua par argentina. Com vestido azul marinho, um sorriso no rosto e uma negativa aos repórteres que tentaram entrevistá-la durante sua chegada ao hotel, a presidente foi recebida com um buquê de flores e não saiu para jantar.
Esta é a segunda visita da presidente brasileira ao país vizinho neste ano. A Argentina foi o destino escolhido para a estréia da agenda internacional de Dilma, em janeiro, em uma reunião sobre o encaminhamento da relação bilateral dos países durante o período de coincidência de suas administrações.
Na posse de Cristina, a presidente brasileira será a primeira dos mandatários a cumprimentar a argentina reeleita, segundo fontes do Itamaraty. A prioridade se deve ao fato de Dilma ter sido a primeira chefe de Estado a ligar para Cristina Kirchner após a confirmação de vitória no primeiro turno, nas eleições presidenciais de outubro deste ano, quando já garantiu sua presença na cerimônia.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, também se encontra no país, onde chegou nesta sexta-feira para um encontro com a comunidade boliviana residente na Argentina. Entre outros chefes de Estado que acompanharão a assunção estão o presidente chileno, Sebastián Piñeera, o hondurenho Porfírio Lobo, o uruguaio José "Pepe" Mujica, o paraguaio Fernando Lugo e o guatemalteco, Álvaro Colom.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o da Colômbia, Juan Manuel dos Santos, anunciaram ontem o cancelamento de sua viagem à Argentina, devido às chuvas que assolaram ambos os países. O equatoriano Rafael Correa e o novo presidente do Peru, Ollanta Humala, também suspenderam sua participação devido a motivos de agenda e compromissos internos.
Leia mais
Sem comentários:
Enviar um comentário