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A família portuguesa que será deportada, esta quinta-feira à noite, de Toronto rumo aos Açores, confessa estar "triste, mas preparada", enquanto acalenta o desejo de um "milagre" nas próximas horas.
As malas estão prontas, só que os "Sebastião" confessam ter pouca vontade de partir. A família é constituída pelos pais (Paulo e Maria Irene, de 46 e 44 anos, respectivamente), os quatro filhos (Marília, 27, Vanessa, 23, Paulo Júnior, 19, e Beatriz, 13) e os quatro netos, menores e nascidos no Canadá.
Segundo apurou a agência Lusa, aos dez membros da família a deportar, junta-se o marido de Marília, a filha mais velha, que seguirá também a bordo do avião para Ponta Delgada.
Erdogan Topyurek tem já em mãos o visto português que lhe permite acompanhar Marília e os filhos durante duas semanas em Rabo de Peixe, nos Açores, a fim de se certificar que ficam bem instalados.
A poucas horas do voo, Paulo Sebastião, o chefe da família, desabafou: "Estou muito triste, mas preparado. Será possível ainda um milagre?", questionou.
Esgotados meses de recursos, poderiam ainda avançar um recurso para o Tribunal Federal, mas os custos seriam pesados.
A maior esperança de Paulo Sebastião para as últimas horas reside numa decisão do Governo canadiano que trave o repatriamento e dê a oportunidade de rever a situação da família no país, sobretudo após saber que o Governo português intercedeu por eles, pedindo um "acto de clemência".
"Agradecemos muito ao Governo português o pedido que fez sobre nós ao Governo do Canadá", sublinhou, emocionado, enquanto a esposa, Maria Irene, realçou o apoio do governo do Açores.
A meio da tarde, toda a família seguirá para o aeroporto internacional, onde irá em primeiro lugar aos escritórios dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras canadiano (CBSA - Canadian Border Services Agency) para recolher os seus passaportes e depois todos irão para a porta de embarque do seu voo, que partirá à noite.
Casada com um cidadão turco residente permanente no Canadá, a filha mais velha, Marília, tem em curso um processo de imigração entregue pelo marido com vista a obter autorização de residência, mas, para já, vai ser deportada.
O patrocínio do marido, os seus dois filhos nascidos no Canadá e a necessidade de "reunião familiar", tal como prevê a legislação canadiana, são factores que ajudarão no seu processo de imigração, pelo que terá praticamente assegurado um regresso legal ao país. Por ora, terá de aguardar resposta favorável dos serviços de imigração.
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