terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Emigrantes brasileiros foram os que mais receberam ajuda para regressar em 2010 - OIM



FPA - LUSA

Lisboa, 06 dez (Lusa) - Os emigrantes brasileiros lideram a lista dos que mais receberam ajuda da Organização Internacional das Migrações (OIM) para regressar voluntariamente ao seu país em 2010, com quase 2.500 casos registados, revela um relatório hoje divulgado.

O relatório mundial das migrações 2011, hoje publicado pela OIM, revela que o Brasil encabeça a lista dos países recetores de emigrantes beneficiários do programa de retorno voluntário da organização, seguido da Rússia, Iraque, Kosovo e Sérvia.

Em relação a Portugal, a agência Lusa noticiou no final de novembro que o número de imigrantes que pedem ajuda para retornar aos países de origem está a registar um "grande crescimento" e os brasileiros constituem a grande maioria (84%).

Segundo dados da OIM em Portugal, o programa apoiou 382 brasileiros a regressar nos primeiros 10 meses de 2011.

Fontes contactadas pela Lusa têm atribuído esta tendência ao crescimento económico que o Brasil tem vivido, associado à crise que afeta os países da Europa.

No relatório mundial hoje divulgado, a OIM revela que a assistência ao retorno voluntário e reintegração cobriu 166 países em 2010, através de 80 programas, e representou uma despesa de 142 milhões de dólares (106 milhões de euros).

No total, 34.014 pessoas beneficiaram deste apoio e aproximadamente 330 mil, em mais de 170 países, foram beneficiárias desde 2000.

Segundo a OIM, os emigrantes apoiados são maioritariamente homens e tinham entre 20 e 30 anos quando partiram dos seus países em busca de melhores condições de vida, por vezes acompanhados de familiares. A decisão de regressar é geralmente motivada por questões pessoais ou socioeconómicas.

A lista dos países de onde provêm os emigrantes é encabeçada pelo Reino Unido (com cerca de 4.500 casos), seguido da Alemanha, Áustria, Holanda e Bélgica.

O relatório da OIM revela, por outro lado, que existem novos padrões de migrações na América Latina, com novos imigrantes a chegar do exterior, particularmente dos países do Sul. O documento refere um fluxo migratório proveniente de países da África subsaariana que entra no Brasil de barco e depois se distribui por outros países da América do Sul.

Alguns destes imigrantes conseguem mesmo entrar por mar na Argentina, Chile ou no Uruguai. Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Etiópia, Gana, Mali, Nigéria, Senegal, Somália e Zimbabué são os países de origem da maioria destes novos imigrantes.

*Foto em Lusa

Sem comentários:

Mais lidas da semana