terça-feira, 20 de dezembro de 2011

EMIGREM, MORRAM NOUTRA PRAIA, PORQUE O GOVERNO DE PASSOS NÃO SABE NADAR, IÔ!




ANTÓNIO VERÍSSIMO    

"Para Angola, rápido e em força”: o “slogan” proferido por Salazar, em Abril de 1961, que marcou o início da guerra colonial na ex-colónia portuguesa de Angola, assenta hoje que nem uma luva na estratégia do governo de Passos Coelho-Paulo Portas-Cavaco Silva. Atualmente a guerra é outra, são as dificuldades para que a elite política de que estas personagens são parte integrante nos têm vindo a conduzir, e cada vez mais. Isso, acrescido da Ditadura Global dos Banqueiros, do capital, dos famigerados “mercados” servidos por políticos à babugem de vantagens pessoais e de seus grupos corporativos.

“Para Angola, rápido e em força”, disse Salazar. Acrescente-se, nos dias que correm, o Brasil, Moçambique, outros países lusófonos, ex-colónias, e mesmo outros países que recebam os portugueses expatriados devido a uma evidente estratégia deste governo expressa na sua vontade de nos negar o direito de viver em Portugal, onde nascemos, e contribuir para a sua recuperação. Recuperação urgente por via das práticas sanguessugas dos políticos das últimas décadas, das máfias partidárias, da corrupção, dos compadrios com o grande empresariado que abriga posteriormente políticos que deixam o desempenho dos seus cargos governativos a outros da mesma espécie. Decerto que essas grandes empresas não os obsequiarão com elevados vencimentos e mordomias de toda a espécie pelos seus lindos olhos mas sim para obterem mais lucros, mais vantagens, ou até para por compensação de “favores” enquanto eles desempenhavam os seus cargos ministeriais e outros de igual similitude. É assim que diz o povo e sabemos que muito raramente há fumo sem a existência de fogo.

Esta política denunciada pelos tiques do governo de Passos Coelho, apelando à emigração dos portugueses, vem demonstrando a sua incapacidade em resolver os problemas nacionais, estando a agravá-los. Com alguns meses de desempenho no cargo de primeiro-ministro já é um desistente, derrotado que nos pede para irmos morrer longe. Faz lembrar um nadador salvador que na praia, ao ver náufragos, lhes sugere que apanhem a corrente e vão morrer noutra praia, naquela não. E não… Não convém porque não está apto a salvar seja quem for… A verdade é que ele não sabe nadar.

Perante este quadro e a miséria que já abunda pelo país inteiro vimos um governo ofegante por via da constatação das suas incapacidades e incompetências, mas também opcionalmente arrogante, convencido de que com essa postura encobre o défice de saber governar combatendo a corrupção, a recessão, os abusos daqueles seus pares que se alimentam desmesuradamente na malga político-partidária e amiguismo corporativo, etc., etc., etc.

Passos e alguns dos seus pares, desonesto desde a primeira hora da tomada de posse, começou por fazer o contrário do prometido com ares de honestidade. Decerto tendo consciência de que conseguiu a eleição e o cargo que hoje ocupa vigarizando os eleitores. E agora é a fuga para a frente: vão-se embora, emigrem, que eu governo. Ele e os algozes que o acompanham. Já pouco importa aos portugueses o que Passos lhes possa dizer porque o seu descrédito prevalece e continua em crescendo. Em tão pouco tempo de governante este primeiro-ministro bate o recorde do vitupério de que se socorrem os portugueses quando dele falam. Dele e dos seus pares. Pobres das mãezinhas que, sem culpas, também vão estando presentes. O mínimo que se ouve dizer daqueles é… Bando de Mentirosos, e dessa não se salvam, com toda a razão. Tudo graças a um vigarista chamado Passos Coelho. Quem promete e não cumpre com o fito de colher bons resultados é nada mais nada menos que um enorme vigarista. Não é de políticos desse jaez que Portugal precisa para resolver os problemas criados por gerações de políticos gananciosos e desonestos. Os náufragos portugueses precisam de acreditar que o nadador-salvador desta praia os vai salvar e não que os condena a procurar salvação noutras praias. É que salvando-os também se salva a praia, o país, Portugal. Aquilo de que precisamos é de um nadador-salvador que saiba nadar e não deste ou outros Passos Coelho que até têm medo da água. Nem sabem nadar... iô!

Passos, já é um desistente. A solução que encontrou para resolver o problema dos desempregados e outros que lhe são inerentes é sugerir que saiamos do país, que emigremos. Que espera Cavaco Silva – que diz uma coisa mas faz outra - para o demitir "rápido e em força"... e para se demitir?

É evidente que Seguro, atual líder do PS, é mais do mesmo. A degradação dos políticos portugueses é por demais evidente e não tardará muito que corramos o risco de ansiar por “um salvador”. Recordemo-nos do que aconteceu com Salazar, com o salazarismo, com o fascismo que ele apoiou numa política de sacana em que fazia estar bem com Deus e com o Diabo – com os Aliados e com Hitler - ganhando a medalha de “nos ter salvado da guerra”. Do que não nos salvou foi de 48 anos de miséria, nem da imposição de uma guerra colonial durante 13 anos. Guerra que devastou a juventude portuguesa, guerra que trouxe vantagens a várias estirpes e também à estirpe de Passos Coelho, o africano colonialista de Massamá. Pois ele que emigre e vá para Angola. Mais vigarista, menos vigarista… É o que também por lá não falta. O que falta é saber se há mais vigaristas em Portugal ou em Angola. Mas isso só saberemos quando num país e noutro existir realmente justiça, democracia. A democracia que tanto precisa de políticos realmente democratas e o mais possível honestos. Eles andam por aí, provavelmente fora do panorama político-partidário atual. Quem se chega à frente?


*Também a publicar em Página Lusófona, blogue do autor.

Sem comentários:

Mais lidas da semana