JM - LUSA
Moscovo, 10 dez (Lusa) - Dezenas de milhar de pessoas manifestaram-se hoje em numerosas cidades russas exigindo a repetição das eleições parlamentares e a demissão do primeiro-ministro Vladimir Putin.
A maior concentração da oposição, a que se juntaram vários partidos representados na nova Duma Estatal Parlamentar, câmara baixa do Parlamento Russo, e forças políticas que não puderam participar no escrutínio, realizou-se na capital russa e juntou, segundo os organizadores, mais de 150 mil pessoas (a polícia fala em cerca de 25 mil).
Numa resolução aprovada no comício, os manifestantes exigiram que as eleições parlamentares de domingo passado sejam anuladas e o processo de votação seja investigado, se repita o escrutínio, seja demitido Vladimir Tchurov, presidente da Comissão Eleitoral da Rússia, e a alteração da lei eleitoral.
Além disso, os manifestantes exigiram a "Rússia sem Putin".
As autoridades enviaram para as ruas milhares de polícias e soldados do Ministério do Interior da Rússia, mas os manifestantes tudo fizeram para que a sua iniciativa terminasse sem incidentes.
Manifestações, com menos afluência, realizaram-se em numerosas cidades russas, umas autorizadas pelo poder, outras não.
Em São Petersburgo juntaram-se sete mil manifestantes, tendo a polícia feito dez detenções.
Mas, em geral, as manifestações, que tiveram lugar em dezenas de cidades russas decorreram sem incidentes.
O Partido Rússia Unida, dirigido pelo primeiro-ministro Vladimir Putin e pelo Presidente Dmitri Medvedev, já reagiu às manifestações, sublinhando que está pronto a dar ouvidos às reivindicações da oposição.
"Claro que as pessoas têm direito a expressar o seu protesto contra os resultados da votação ou contra a forma como se realizaram as eleições. Vivemos num país e numa sociedade democráticos. A expressão desse ponto de vista é extremamente importante e será ouvida pelos meios de comunicação social, sociedade e Estado", declarou Andrei Issaev, membro do presídio do Rússia Unida.
"Porém, apelou aos manifestantes a não se deixarem transformar em carne para canhão".
A oposição convocou novas manifestações para 24 de dezembro.
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