sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

PM defende nova ordem mundial com diálogo e onde democracia dê voz aos mais fracos



MSE - LUSA

Díli, 09 dez (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, defendeu quinta-feira no IV Fórum da Democracia uma nova ordem mundial onde o diálogo substitua o conflito e a discórdia e em que a democracia seja usada para dar voz aos fracos.

O IV Fórum da Democracia de Bali é organizado pela Indonésia para promover a democracia na região.

"Precisamos de novas alianças para fazer a paz e não de velhas alianças para fazer a guerra. Precisamos de uma nova ordem mundial, tanto política e económica, onde os conflitos e a discórdia são substituídos pelo diálogo, em que a democracia é usada para dar voz aos fracos e vulneráveis e onde a assistência e a solidariedade são usadas devidamente para aliviar o sofrimento das pessoas", disse.

No seu discurso, dedicado ao tema "Elevar a Participação Democrática num Mundo em Mudança: Respondendo às Vozes Democráticas" e divulgado hoje à imprensa, Xanana Gusmão salientou também que a experiência democrática dos países desenvolvidos nem sempre é adequada aos Estados frágeis.

"Porque são países traumatizados pela guerra, devastados pela pobreza e muita vez instigados por interesses de supremacia económica", explicou.

Segundo o primeiro-ministro timorense, os valores democráticos são universais, mas as "circunstâncias próprias de cada país e a forma como são assimilados estes valores são individuais".

"É necessário ter em conta o contexto histórico, social e cultural de cada país antes de tentar implementar um programa de desenvolvimento, sem nunca perder de vista a dignidade da pessoa humana", sublinhou.

O primeiro-ministro timorense considerou também que um dos desafios que se colocam às jovens democracias é a mudança de mentalidades das sociedades, salientando que direitos e deveres andam lado a lado.

"O desafio que se coloca é a mudança de mentalidade nas nossas sociedades que gostam de copiar modelos de países altamente industrializados e ditos modelos de democracia", afirmou.

"Nas jovens democracias, a tendência é a absorção do direito pelo direito, esquecendo-se de que existe também o dever de fazer algo de positivo para o país, sem exigir benefícios extras ao Estado", acrescentou.

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