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O vice-comandante Aéreo, major-general Vítor Francisco, requereu, nos últimos dias, a passagem à reserva de forma inesperada e há dezenas de oficiais da Força Aérea Portuguesa a pedir para abandonar o ramo antes do fim do ano.
Segundo adiantaram à agência Lusa fontes militares, a saída súbita de Vítor Alves Francisco, que acumula funções como comandante da Zona Aérea dos Açores, acontece na mesma semana de saída do seu superior hierárquico, o comandante Aéreo, tenente-general José Tareco, cujo jantar de despedida teve lugar na quinta-feira à noite, na messe de oficiais da Força Aérea, em Monsanto.
Este pedido de passagem à reserva, feito a meio desta semana, apanhou o ramo "de surpresa", até porque Vítor Francisco tem pouco mais de 50 anos e era visto como um militar "com futuro" dentro da Força Aérea, disseram as fontes contactadas pela Lusa.
As mesmas fontes referiram que já na rendição do tenente-general Tareco - que na próxima semana será substituído em Monsanto pelo actual Comandante de Pessoal, tenente-general Carlos Tia - foi necessário encontrar o coronel mais antigo em funções para ocupar o lugar de Vítor Francisco na cerimónia.
Contactado pela agência Lusa, o porta-voz do ramo, coronel Rui Roque, disse que ao gabinete do chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA) e do Comando de Pessoal ainda não chegou qualquer pedido formal.
Fontes militares adiantaram à Lusa que o pedido já deu entrada nos serviços de secretaria do Comando Aéreo.
À semelhança deste caso, surgiram, nas últimas semanas, dezenas de pedidos de militares para abandonar o ramo, de forma a não serem abrangidos pelos cortes que entram em vigor já em 2012, e também pela falta de perspectivas trazida pelo congelamento das promoções, além da passagem de milhares de militares à situação remuneratória de 2009, conforme foi anunciado na sexta-feira, pelo Ministério da Defesa.
"Há muitos militares que estão num verdadeiro colete de forças e agora começaram a fazer contas à vida", afirmou uma das fontes, que adiantou que só na Polícia Aérea oito tenentes-coronéis já passaram à reserva e há pedidos de vários majores e sargentos-chefes, postos com grande importância na estrutura funcional da instituição militar.
A partir da próxima semana, o ramo passa também a contar apenas com dois tenentes-generais no activo, devido ao impedimento de substituição causado pelos congelamentos.
Outra das fontes assinalou ainda que dentro de pouco mais de um ano, também os tenentes-generais Morato e Mimoso e Carvalho (fora do ramo, a dirigir o Instituto de Estudos Superiores Militares) vão passar à reserva, o que pode "agravar" a situação.
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