sábado, 3 de dezembro de 2011

PORTUGAL É UMA COLÓNIA




Mas que raio de título é este? Imaginem um terreno três vezes maior que o espaço contido no interior do Circuito da Guia, com um muro de mais de cinco metros de altura ao redor de toda a sua extensão, situado no centro de Portugal, e ao indagarem da propriedade de tão gigantesca tapada, respondem-lhe pertencer a José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola.

Alguma informação vai sendo tornada pública sobre o poder económico da Sonangol em Portugal. No âmbito da CPLP todos se dizem irmãos e com a intenção de cooperar para o bem comum. No entanto, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, na sua recente visita a Luanda, já deve ter posto de parte o privilégio concedido em tempos idos aos brasileiros da Petrobrás para a aquisição da maior fatia da petrolífera portuguesa Galp. Igualmente esqueceu-se da célebre frase de Manuel Vicente, presidente da Sonangol, em 2008, quando afirmou: “Agora somos patrões na Galp e vamos ditar as regras do jogo”. Portugal não gostou e a Sonangol ainda hoje não é maioritária na Galp. Não é, mas vai ser.

A Sonangol é indubitavelmente o vector mais forte de um novo colonialismo que desponta em alguns países pequenos e de fracos recursos económicos, nomeadamente, em Portugal. O poder do petróleo tudo compra e Portugal tem estado à venda.

A visita de Passos Coelho a Angola não foi inocente e a esmola de Eduardo dos Santos terá de ser suficientemente significativa para que não seja necessário também vender a minha querida Serra da Estrela. Já vendemos bancos, jornais, empresas de segurança, telecomunicações, património imobiliário, transportes marítimos, empresas de construção civil, hotéis de luxo, empresas de engenharia e várias holdings. E em breve muito mais poder económico português será vendido a Angola. A triste penúria a isso obriga.

Passos Coelho deu garantias ao Presidente Dos Santos que não vai criar dificuldades ao investimento directo da Sonangol na Galp. O chefe do governo português levou na pasta um pacote de privatizações que irá deixar muita gente de boca aberta. Os angolanos vão entrar em força, possivelmente sem rancor dos tempos colonialistas mas com muito dinheiro. Dinheiro para salvar a TAP, a EDP, a RTP, a ANA, os Correios, a REFER, o mesmo será dizer para salvar Portugal. E tudo isto, sem esquecermos que este ano foi dado início à angolanização da economia local, com a aquisição das empresas portuguesas que em Angola detinham poder tais como a ESCOM e a Opway do Grupo Espírito Santo. Está à vista que a alteração dramática do quadro financeiro de Portugal é um factor determinante para rever a relação de forças entre os dois países.

E a tapada, com um palacete e toda uma riqueza ambiental no interior, já Eduardo dos Santos possui no centro de Portugal. Agora, só falta mudar a capital de Angola para a nova colónia.

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