Isabel Sottomayor - Público
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho foi esta tarde vaiado e insultado por dezenas de pessoas, à entrada e saída do Centro de Arte Moderna (CAM) Gerardo Rueda, que inaugurou em Matosinhos.
À saída foi mesmo necessária a intervenção policial para afastar uma mulher mais exaltada, com uma criança ao colo, que ainda bateu por algumas vezes com a mão na viatura onde se encontrava já o primeiro-ministro. Em contraponto, houve também pessoas que fizeram questão de cumprimentar Passos Coelho, dispensando-lhe aplausos e palavras de apreço.
Esta foi a primeira manifestação popular de hostilidade que visou o chefe do Governo, que nesta deslocação a Matosinhos foi acompanhado pelo ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, e pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.
Amigo da família Rueda, o ex-primeiro-ministro espanhol, José Maria Aznar, também esteve presente na inauguração do CAM. O presidente da câmara de Matosinhos, o socialista Guilherme Pinto, interpretou a visita deste antigo líder do Partido Popular espanhol como a “melhor e mais sólida garantia da importância do projecto” do Centro de Arte Moderna Gerardo Rueda.
O centro tem patentes cerca de 200 obras de arte dos séculos XX e XXI, que fazem parte do vasto espólio da fundação espanhola Gerardo Rueda. Miró, Saura, Milliards e o próprio Gerardo Rueda (falecido em 1996), são alguns dos artistas representados. Gradualmente, ao longo dos três anos de acordo entre a Câmara de Matosinhos e a Fundação Gerardo Rueda, o CAM vai mostrar em Portugal as cerca de quatro mil obras que a fundação espanhola detém, entre as quais se encontram algumas pinturas de Picasso.
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