quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

ESTUDANTES INGLESAS PROSTITUEM-SE PARA PAGAR ESTUDOS




Luís Francisco - Público

A tendência não é nova e está longe de ser exclusiva de algum país. Mas os dados que emergiram recentemente em Inglaterra mostram claros sinais de que as raparigas estão a recorrer cada vez mais à prostituição para poderem pagar os estudos.

A denúncia sai reforçada pela English Collective of Prostitutes, uma associação de profissionais do sector: as chamadas de estudantes para a linha de apoio duplicaram no último ano.

O aumento das propinas, a subida do custo de vida e os cortes em apoios do Estado deixam muitos jovens perante a decisão de terem de começar a trabalhar para pagar os estudos. Mas não é fácil encontrar emprego e as exigências de horário muitas vezes colidem com a frequência escolar. Resta o recurso à economia informal.

A prostituição ou outras actividades relacionadas com a indústria do sexo aparecem à cabeça, mas uma dirigente da National Union of Students adiantou num programa da BBC Radio5 que há também quem se dedique ao jogo ou se inscreva como cobaia em experiências médicas.

Muitas das raparigas que recorrem à indústria do sexo para financiar os estudos não são, sequer, maiores de idade. “Clare”, uma jovem de 18 anos entrevistada pela BBC online e que solicitou anonimato, já conseguiu entrar na universidade e deixou entretanto a actividade de acompanhante. Começou aos 16 anos, quando estava a finalizar o secundário. “Fiz isto para poder entrar para a universidade, para que tivesse um efeito positivo no resto da minha vida. Mas sou agora uma pessoa diferente de quem era quando comecei. Perdi muita da minha auto-estima e deixei de ter confiança em muita gente.”

Está longe de ser uma história isolada. Bem pelo contrário: marca uma tendência crescente. Segundo dados avançados à BBC, estima-se que 20% das mulheres que trabalham nos bares de strip ingleses sejam estudantes e um estudo realizado em 2010 pela Universidade de Kingston mostra que a percentagem de estudantes universitários que conhecem alguém a trabalhar na indústria do sexo subiu de três para 25% nos últimos dez anos. E 16 por cento admitiram a possibilidade de fazer o mesmo.

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